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Dois rapazes; artigo do professor Ivanor Luiz Guarnieri

Ofegantes com a caminhada, pois estavam atrasados, dois rapazes conversavam sobre mulheres e desejos. Como a idade avançava, eles precisavam decidir sobre coisas importantes.

-Será que a literatura nos ajudaria com as mulheres? Perguntou um deles.

-Sei não! Veja os poetas românticos, alguns se mataram ainda jovens. Esse negócio de amor não correspondido não se resolve com literatura. Quem sabe faz sofrer ainda mais.

-Tem razão!

Cara, outro dia a professora destrambelhou a falar sobre puberdade, sexo e relacionamentos. Do nada, Cara! Tudo por causa do Ferrugem, que questionou sobre a vida amorosa dos famosos.

-Vida amorosa dos famosos?

-É, pelo que entendi é um livro que aponta esse lado mais picante dos grandes escritores, algo do tipo.

–  Mas o que ela disse?

– Rapaz, a turma, que estava num barulho de conversinha, ficou quieta. Até a turma da Bonitinha se calou. Aí a professora aproveitou para falar de sexualidade. Deu conselhos e sugestões como, por exemplo, se você está apaixonado, fique longe de música romântica. Sabe?! Aquelas músicas melosas de corno só fazem aumentar o sentimento de dor.

Outra coisa que ela falou e de a gente não ficar isolado, quando está sofrendo. Se a menina não te quer, não adianta ficar fechado. O negócio é fazer alguma coisa. A professora parece que sofreu muito quando era nova, pois como é que ela sabe disso? Eu fiquei olhando.

-Mas em biologia tem uma parte que é sobre sexo, os órgãos sexuais. E a professora deve ter se aprofundado nisso.

– Ah, sei não! Órgão sexual é uma coisa, amor é outra coisa, você não acha?

– Mano, está tudo ligado.  Uma coisa puxa a outra.

– Mas dor de corno é uma coisa, transar é outra. Você não vê que para isso não precisa gostar da menina, tanto que tem gente que paga prostitutas. Vai me dizer que é por amor? Não é nada, é só querer mesmo e pronto.

– Pô Cara, tô me excitando, vamos falar de outra coisa.

– Oh, a Prof. disse que a gente deve aprender alguma coisa nova para esquecer da pessoa que não quer a gente. Tipo assim: estudar pintura, música, alguma coisa que distraia, também ajuda.

– Epa, você começou a fazer aulas de canto. Quem é a Mina que não te quis?

– Para com isso, tem nada a ver não. Eu gosto de cantar, só isso.

– E de estudar? Você viu que ano que vem tem o ENEM?

– Pensa que eu não sei?! A promessa está feia se eu não for bem na prova. Tem que ir bem para entrar numa universidade pública, pois a grana lá em casa ficou curta. E o pai disse que não tem como pagar uma faculdade particular.

Prof. Dr. Ivanor Luiz Guarnieri (UNIR)

– Olha quem vem ali. É ela, Cara.

– Psiu, chegamos. Fica quieto. A porteiro não está, vamos.

– Vou no banheiro.

A aula começara naquele momento. O tema era: “Como construir relações duradouras”. Um dos rapazes, que chegou atrasado, foi logo perguntado sobre o que achava do tema. Ele quis saber: “É sobre namoro? ”. Todos riram, o assunto era de relações de amizade e nos negócios, na disciplina Projeto de Vida.

Cinco longas aulas o aguardavam.





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