- - Telefone: WhatsApp: (69) 9 8160-2636













Remédio da Pfizer reduz em 37% o risco de morte por Covid-19, aponta estudo

Medicamento Tofacitinibe (Xeljanz) age na redução de insuficiência respiratória em pacientes com pneumonia associada ao novo coronavírus

O medicamento tofacitinibe (Xeljanz) pode reduzir em 37% o risco de morte ou de insuficiência respiratória em pacientes com pneumonia associada à Covid-19. É o que revela um estudo divulgado nesta quarta-feira (16) coordenado pela Academic Research Organization (ARO) do Albert Einstein em parceria com a Pfizer.

O ensaio clínico traz evidências de que o medicamento pode diminuir o risco de o paciente desenvolver a chamada tempestade inflamatória, uma grave complicação que pode ser causada pela Covid-19.

A pesquisa foi publicada pelo “The New England Journal of Medicine” nesta quarta-feira. A publicação apresenta evidências de que a medicação pode se transformar em recurso relevante contra a doença.

O medicamento Tofacitinibe faz parte da categoria dos inibidores das janus quinase (JAKs), proteínas envolvidas no desencadeamento de doenças inflamatórias.

“Os resultados do ensaio clínico foram positivos demonstrando que o medicamento pode atuar na tempestade inflamatória que acontece na Covid-19, reduzindo em 37% o risco de insuficiência respiratória ou morte. Trata-se de uma importante evidência científica na luta contra a doença e a Pfizer segue muito empenhada em buscar novas opções terapêuticas”

Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil

Segundo o médico Otavio Berwanger, diretor da Academic Research Organization do Einstein, que conduziu o estudo, o medicamento “modula o sistema imunológico e previne uma inflamação exacerbada. Quando o organismo é infectado pelo vírus, a necessária ativação do sistema imunológico, é exacerbada para algumas pessoas. Essa medicação age no sistema imunológico bloqueando essa resposta exacerbada”. Sem o bloqueio, as funções pulmonares podem ser gravemente comprometidas.

Berwanger ressalta que o tofacitinibe “é uma medicação que precisa de monitoramento médico. Não é para ser administrada em casa. Nesses pacientes monitorados, com acompanhamento rígido, e que não tinham contraindicação ao medicamento, não vimos aumento dos eventos adversos em comparação aos pacientes que utilizaram o placebo”.

O Einstein afirma que o medicamento ainda não foi aprovado ou autorizado para uso por nenhuma agência regulatória do mundo para o tratamento de Covid-19.

“Uma vez que o estudo agora publicado é o primeiro randomizado multicêntrico a avaliar seu impacto no tratamento da doença. Sua eventual utilização no arsenal anti-Covid dependerá de
extensa avaliação de dados por parte dos órgãos reguladores e autoridades de saúde. No Brasil, o medicamento é indicado para o tratamento da artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa.”

Estudos

De acordo com o Einstein, o trabalho contou com a participação de 289 pacientes adultos internados, há no máximo três dias, em 15 centros brasileiros de tratamento. Um grupo recebeu o tofacitinibe (10mg) duas vezes por dia mais tratamento padrão até a alta ou 14 dias de hospitalização.

Já outro grupo, recebeu o chamado placebo e tratamento padrão durante o mesmo período. Cerca de 90% dos participantes (89.3%) foram medicados com glucocorticóides durante a internação (dexametasona, em sua maioria). Ao final de 28 dias, em relação ao grupo placebo, o
medicamento reduziu em 37% o risco de morte ou falência respiratória.

“As respostas de nosso estudo indicam que a utilização do medicamento, quando associado ao tratamento padrão, que inclui glicocorticóides, reduz o risco de morte ou de insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com pneumonia por Covid-19 que ainda não estão necessitando de ventilação mecânica ou de ventilação não invasiva”, destaca o médico Otavio Berwanger, M.D., Ph.D., Diretor da Academic Research Organization.

Anna Gabriela Costa e Renata Souza, da CNN, em São Paulo





Mais notícias





Veja também

Pular para a barra de ferramentas