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Acesso à universidade: Política de cotas da UNIR garante mais igualdade na seleção de alunos

A Universidade Federal de Rondônia, UNIR, tem ampliado nos últimos anos as ações para garantir paridade de acesso às vagas ofertadas todos os anos nos cursos de graduação. Os reflexos destas ações têm se tornado evidentes, apesar de ser relativamente curto o tempo desde a implementação da política de cotas na instituição. As ações da UNIR são fator fundamental para que o Estado de Rondônia tenha sido recentemente apontado como o menos desigual no país quando se trata de igualdade de acesso ao ensino superior, o que foi destacado pela Folha de São Paulo através do Índice Folha de Equilíbrio Racial. A reitora da UNIR, Marcele Pereira, primeira negra a ocupar esta posição, afirma que “este tem sido um esforço contínuo da UNIR nos últimos anos, e temos a agora compromisso de manter o rumo e ampliar e melhorar as formas de acesso em tudo o que for possível.

 

As cotas na UNIR começaram a ser implementadas gradativamente a partir de 2012, primeiro tendo como critério o local onde o candidato havia cursado o ensino médio, havendo vagas reservadas para aqueles que estudaram em escolas públicas. Após foi inserido também como critério para acesso a vagas reservadas a renda familiar e, por fim, a inclusão de cotas para pretos, pardos e indígenas. Segundo Eliane Bastos, que é servidora da UNIR e defendeu dissertação no Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGE, da UNIR, sobre as contas na instituição, os impactos foram profundos. “A UNIR se tornou mais colorida desde então, e as cotas tem garantido que pessoas com as mais diferentes características, sejam sociais ou pessoais, acessem o ensino superior gratuito e público”, diz ela.

 

 

Os impactos são visíveis nos corredores da universidade, atualmente nas salas de aula virtuais, em função do ensino remoto emergencial, o que é reflexo dos números expressivos alcançados em menos de uma década. A quantidade de alunos pretos matriculados na UNIR cresceu 397% desde 2013, e o de alunos pardos teve um acréscimo de 389%, dados que foram compilados na dissertação defendida por Eliane Bastos. No caso de indígenas, o impacto foi ainda mais profundo, havendo um aumento de incríveis 13.000% no número de alunos matriculados.

 

A reserva de vagas para cotistas é uma política nacional para instituições públicas de ensino superior, mas o modo como será implementada é definido por cada universidade. O que a UNIR tem feito é levar em consideração a composição populacional de Rondônia para então definir a distribuição das vagas. Atualmente 55% das vagas são reservadas para alguma das modalidades de cotas, o que inclui também pessoa com deficiências. No caso específico das cotas raciais, no primeiro semestre de 2019, segundos dados da Coordenação de Informação e Desempenho, CID, da UNIR, 73% dos 9,8 mil alunos matriculados em cursos de graduação se reconheciam como indígenas, pardos ou pretos.

 

Os índices alcançados pela UNIR tem ajudado Rondônia a ser o estado brasileiro com menor índice de desigualdade racial no acesso ao ensino superior. Segundo o Índice Folha de Equilíbrio Racial, Ifer, elaborado por pesquisadores, Rondônia alcança 0,217 no levantamento, em que quanto mais próximo de zero maior é o equilíbrio racial. No estado 60% dos alunos de instituições de ensino superior são pretas e pardas, quando para alcançar o equilíbrio este índice deveria ser de 69%. À Folha de São Paulo a reitora Marcele Pereira afirmou, ao comentar índices alcançados por Rondônia, que há muito o que avançar: “Vejo ainda muito em posições subalternas. Terminar uma graduação não significa encontrar espaço no mercado de trabalho. O debate sobre a diversidade na graduação e na pós-graduação e entre os professores precisa ser encarado pela sociedade brasileira. Mas vejo que a UNIR está avançando no rumo certo”, afirma a reitora.

Ascom/UNIR





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