Evento organizado pela Fecaron contou com apoio da Prefeitura de Vilhena em dois dias de competições
Aconteceu neste fim de semana no ginásio municipal Geraldão, em Vilhena, a primeira edição dos Jogos Municipais Sub-17 de Capoeira. Organizado pela Federação de Capoeira do Estado (Fecaron) em parceria com a Prefeitura de Vilhena, o evento recebeu 27 atletas de Pimenteiras, Vilhena, Ji-Paraná e Porto Velho. A iniciativa, que contou com apoio da Secretaria Municipal de Esportes (Semes) e Fundação Cultural, bem como emenda impositiva do então vereador Rogério Golfetto, visou valorizar a cultura afro e a prática de esportes no município durante os dois dias de competição.
Um dos organizadores do evento, o professor de capoeira vilhenense Odair Belarmino, popularmente conhecido como “Kisuco”, destacou a relevância do campeonato. “Pra mim é um sonho, porque quando eu era criança eu não tive essa oportunidade. Hoje a capoeira está se destacando na modalidade de esporte e hoje a gente conseguir fazer os jogos aqui em Vilhena, que contempla nossas crianças é mágico. Capoeira é tudo. É disciplina. Formação de vida. Então é muito importante. É uma filosofia de vida”, garante.
No evento esteve também o vereador Sargento Damassa, o presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial Marcio Rogerio Kavitski, o presidente da Fundação Cultural de Vilhena, França Silva, e representantes de outros municípios.
A vice-prefeita Patrícia da Glória também esteve no evento e enfatizou o entrelaçamento entre as raízes da cultura brasileira com a cultura africana. “Mais uma vez o município, através da Prefeitura de Vilhena, dando total apoio a um esporte. Então a capoeira não é diferente ainda mais no contexto histórico que ela tem, né? Ela envolve várias questões. Ela envolve educação, ela envolve cultura, ela envolve disciplina, dança. A origem da capoeira data da época da escravidão no Brasil e muitos negros encontraram na capoeira uma forma de luta e de resistência. Me sinto uma capoeirista da vida”, explica.
O entusiasta da capoeira e ex-vereador Rogério Golfetto, revelou a importância do esporte. “Nós abraçamos essa causa vendo a luta do capoeirista e através do professor Kisuco, que nos procurou. Além disso, enquanto vereador, criei, junto dos praticantes, o Dia do Capoeirista aqui, que já entrou no calendário municipal. Então pra nós é muito gratificante esse momento e espero que se prolongue por muito tempo”, garantiu.
OS ATLETAS COMENTAM – A atleta vilhenense Pietra Vitória, primeira colocada na categoria infantil-mirim (5 a 8 anos), comentou a experiência de participar do campeonato. “Estava um pouco difícil, mas eu consegui só porque estou acostumada a fazer sozinha. E também estou muito feliz. Vou fazer mais competições e ganhar mais troféus e mais medalhas”, disse.
Na categoria infantil (9 a 13 anos) o competidor José Itauan, de Porto Velho, levou a melhor. “Eu pratico há 11 anos e eu achei legal a competição”, afirmou.
O vencedor da categoria juvenil também foi vilhenense. Paulo César pratica o esporte há oito anos e comemorou com tranquilidade a vitória. “Não achei muito difícil, mas também treinei bastante pra isso e é isso. Estou bastante feliz.
E VEM MAIS POR AÍ – O mestre em Capoeira “Xoroquinho”, presidente da Fecaron, parabenizou o evento. “Eventos como esse são muito importantes para a Federação e importantes para a capoeira. Vilhena está de parabéns. Essa integração da capoeira com a juventude já favorece a entrada também do esporte em outras competições estaduais”, afirmou.
“Esse foi mais um evento esportivo de extrema importância para o retorno das atividades presenciais da secretaria. Parabenizo o Kisuco e toda a equipe pela organização do evento. Entramos com apoio na arbitragem e premiação para custear esse evento como forma de incentivo. Logo logo tem mais, com uma extensa programação do Esporte em Vilhena”, disse.
AULAS DE CAPOEIRA – Os jogos de 2021 terminaram, mas para aqueles que querem aprender capoeira e, quem sabe, participar dos Jogos no ano que vem, basta procurar o professor Kisuco, às terças-feiras, a partir das 18h, no Ginásio Geraldão. As aulas são de graça para crianças a partir dos 5 anos, jovens e adultos.
“Queremos atender essa garotada, ocupando o tempo ocioso delas, tirando elas da marginalidade, da prostituição e mostrando um caminho melhor para a sociedade. Pode vir aí, fazer uma aula experimental. E se gostar, se matricula!”, completa Kisuco.
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