Pode-se definir a Fibromialgia como síndrome de dor crônica e difusa pelo corpo todo. Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa. Junto com a dor surgem sintomas como cansaço, a pessoa vai dormir cansada e acorda cansada, com a sensação que não dormiu; aparecem problemas de memória e concentração, ansiedade, formigamentos, dormências, tonturas. De maneira característica a pessoa com fibromialgia apresenta pontos muito dolorosos a palpação, ao toque a compressão de pontos anatômicos pré-determinados.
A Fibromialgia tem distribuição universal não havendo diferenças entre raças, cor ou condição sócio econômica. Embora possa acometer todas as faixas etárias o pico de incidência ocorre entre 35 e 50 anos de idade com preferência indiscutível pelo sexo feminino. Admite se que de 3 a 5% das mulheres adultas 0,5 a 0,8 % dos homens adultos padecem desta síndrome. No Brasil, estudos preliminares no estado de são Paulo apontam para números maiores entorno de 7,5 a 10% de prevalência entre as mulheres. Estima se que 5% das consultas em ambulatória de clinica medica e 30% de serviço em reumatologia sejam devidas a Fibromialgia.
QUAL É A CAUSA DA FIBROMIALGIA?
A causa ainda não esta totalmente esclarecida. Os estudos mostram que os pacientes apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem Fibromialgia
Estudos com gêmeos idêntico e relatos mostrando agregação familiar da doença sugerem que exista predisposição geneticamente determinada para o desenvolvimento da Fibromialgia. Esta suscetibilidade precisa de condições ambientais para se manifestar e esta associada com traços de personalidade como o perfeccionismo e o detalhismo.
Nos indivíduos pré-dispostos os principais fatores moduladores são: estresse emocional, processos infecciosos (principalmente viral), trauma físicos repetidos (DORT)
Parece que a Fibromialgia poderia ser a resultante final de alterações na aquisição, percepção, e interpretação da dor. O processo pelo qual isto acontece ainda é pouco conhecido.
QUADRO CLÍNICO
O principal sintoma da Fibromialgia é a dor generalizada (DOR NO CORPO TODO), percebida especialmente nos músculos. E muito comum que o paciente sinta dificuldade de definir onde esta a dor, e muitos referem-na como sendo nos ¨ossos ¨, nas ¨juntas ¨, nas ¨carnes ¨.
Comumente o paciente com Fibromialgia refere que não pode ser abraçado ou mesmo acariciado. Alem da dor , o cansaço e uma queixa freqüente da Fibromialgia.
Em mais de 80% dos pacientes coexistem queixas de fadiga diurna e de sono não restaurador.
Finalmente alterações do humor como irritabilidade e tristeza estão presentes em ate 70% dos pacientes, tanto ansiedade como depressão influenciam negativamente a Fibromialgia, mas depressão clinicamente evidente só ocorre em aproximadamente 30%.
DIAGNÓSTICO
O diagnostico de Fibromialgia é essencialmente clínico. Os sintomas mais importantes são dor generalizado, dificuldade para dormir, ou acordar cansado, sensação de cansaço ou fadiga durante todo o dia. O médico pode observar uma grande sensibilidade em pontos específicos dos músculos. Estes pontos são conhecidos como pontos dolorosos . Para ser considerado doloroso, um ponto devera se-lo quando palpado com força aproximada de 4kilos.
Em 1990, o comitê do colégio americano de reumatologia (CAR) publicou os critérios para classificação da Fibromialgia, eles incluem dor difusa e pontos dolorosos já citados.
Em relação ao diagnostico, não existem exames para Fibromialgía, o médico pode solicitar exames para excluir doenças que se apresentam de forma semelhante à Fibromialgia.
É importante salientar que a presença de doença concomitante não exclui o diagnostico de Fibromialgia.
TRATAMENTO
Como a causa é desconhecida, o tratamento é principalmente sintomático. Os objetivos do tratamento são o controle da dor e a melhora da qualidade de vida.
Embora uma gama muito ampla de tratamentos tenha sido propostos, poucos tem evidencia do seu beneficio. Estes tratamentos dividem-se em farmacológicos e não – farmacológicos, entre tanto, na pratica clinica, ambas a modalidades devem ser usadas concomitantemente.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Os fármacos de escolha ainda são os antidepressivos tricíclicos, em doses baixas (menor que as usadas na depressão); a Amitriptilina e a mais usada e a que apresenta melhores resultados.
Mais recentemente nortriptilina e ciclobenzaprina tem mostrado eficácia semelhante, com perfis de segurança um pouco melhor, sendo portanto boas opções.
O uso de diazepam deve ser contra-indicado alem de gerar dependência e tolerância, são ineficazes no controle de quaisquer dos sintomas .
Exeção é feita para clonazepam, útil quando as queixas de tonturas são proiminentes ou quando o distúrbio do sono se apresenta como o movimento periódico das pernas.
Os analgésicos simples e os anti-inflamatórios não hormonais não são úteis no controle crônico da dor. Não há indicação para o uso de corticosteróides.
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
O exercício físico, principalmente o condicionamento aeróbico, proporciona os melhores resultados a médio e longo prazo.Os pacientes referem melhora dos sintomas dolorosos, a melhora da fadiga e especialmente da qualidade de vida. Em pacientes extremamente limitados fisicamente pela dor ou com problemas físicos para realizar exercícios ou ainda com distúrbios importante do humor, a intervenção psiquiátrica é importante; as terapias cognitiveas-comportamentais tem tido sucesso no alivio do sintomas, permitindo a introdução de programas de exercícios físicos.
PROGNOSTICO
A Fibromialgia é síndrome crônica, significando que dura por muito tempo, mais e confortador saber que não e uma doença progressiva. Ela nunca e fatal e não causa danos as articulações , aos músculos, ou órgãos internos. Em muitas pessoas ela melhora com o tempo, e há casos nos quais os sintomas retrocedem quase totalmente.
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