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Rondoniense ganha Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio Poesia Livre 2014

Historiador Emmanoel Gomes, colunista do Rondônia em Pauta, se destacou entre 2.407 poetas de todo o país e terá seus poemas publicados em livro de abrangência nacional.

Emmanoel[dropcap]O[/dropcap] concurso foi realizado através do site www.poesialivre.com.br no período de 1 de fevereiro a 5 de março de 2014. Nesse intervalo, 2.407 poetas de todo o Brasil enviaram suas melhores poesias inéditas, que nunca foram publicadas em livro, para concorrer ao Prêmio Poesia Livre 2014. O evento teve patrocínio da EBC-Empresa Brasil de Comunicação, UFRJ, TV Brasil e a Editora Nacional Vivara.

Um dos grandes ganhadores, com direito a ter seu poema publicado em um livro junto aos grandes novos poetas do Brasil, é o professor e historiador Emmanoel Gomes. Colunista do www.rondoniaempauta.com.br e um dos maiores militantes da cultura em todo o Estado.

Emmanoel é um eterno e incansável lutador em prol da cultura. Em Vilhena, sua influência e dedicação são sentidas como um redemoinho indomável que irradia cultura por onde passa. O Rondônia em Pauta sente orgulho em tê-lo no nosso quadro de colunistas, privilégio ímpar e de imensa valia.

Confira a seguir, com exclusividade, os poemas que deram o prêmio ao nosso grande poeta e a resposta da comissão julgadora:

PRÊMIO NACIONAL DE POESIAS

Orientado por edital público, o Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio Poesia Livre 2014, recebeu no período de 01 de fevereiro a 05 de março de 2014, o total de 2.407 inscrições de todo o Brasil. A Vivara Editora informa que recebeu da comissão julgadora, no dia 20 de março, a lista protocolada dos 250 candidatos classificados no processo seletivo.

Parabéns. A sua poesia foi classificada e fará parte do livro, Antologia Poética, Prêmio Poesia Livre 2014. É um orgulho fazer parte desta grande comunidade literária. Novos Poetas.

Seu Editor,
Isaac Almeida

Poesias:

OS PÁSSAROS NÃO CANTAM MAIS
Emmanoel Gomes

DA COMIDA ENGOLI ATÉ O PRATO

DE TANTO REZAR PERDI A MINHA FÉ

A LUZ CEGOU-ME QUEIMANDO A PELE

O SAPATO SEMPRE FOI O SOLADO DO MEU PÉ

EXISTO PARA CONSTRANGER SEUS OLHOS

INSISTO EM AGONIZAR E POR MUITO TEMPO VIVER

ASSIM POSSIBILITO SEUS ATOS DE HUMANIDADE

HIPOCRISIA, FALSIDADE. EXCITO O MONSTRO EXISTENTE EM VOCÊ.

SENTIMENTO DE CULPA POR SUA GULA

SEU UNIVERSO DE SOBRAS, GOSTOS, CHEIROS E CORES

TE – ASSOMBRO POR SER TUA CRIA

NA ALMA PENITÊNCIAS NA CARNE SUAS DORES.

AGRADEÇA… DE MIM SUA FALA MAIS HUMANA

UM REFLEXO EM SEU ESPELHO ILUMINADO

APESAR DE MORIBUNDO CONSIGO SORRIR

VOCÊ CONSTRANGIDO, DEPRESSIVO, CALADO.

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GENTE SIMPLES BEIRADEIRA
Emmanoel Gomes

Pareço-me com o Guaporé, corro como o Cabixi

Tenho a boca da noite escura em mim.

Sou pequeno como um Lambari.

Não me preocupo

O seringueiro também é assim.

Minha lerdeza vem do Matá-Matá, da Preguiça, do Jaboti.

Sou amigo do Cachára do Pintado e Caparari.

Faço o som do Sabiá, Arara, Maritaca, Uirapuru,

 Papagaio, Tucano, Peito de Aço, como é belo o vôo do tuiuiú.

Muitas vezes sou Enganado, fico Escondido

Dou Sete Voltas no Pires de Sá, para chegar aos Parecis.

Sou Cacaeiro, Seringueiro, Beradeiro.

Castanheiro corre ligeiro pra pescar seu Tambaqui.

Sinto saudades da mata bruta

Mogno, Peroba, Jacarandá.

Cerejeiras, Tucumã, Pau Ferro

Castanheira, Seringueira, Jequitibá.

Angico, Babaçu, Barriguda, Açaí.

Louro, Garapeira, Araçá.

Massaranduba, Ipê, Abacaba, Buriti.

Sou negro, branco. O Índio está em mim

Paiaguás, Sateré, Manaó.

Karitiana, Cinta Larga, Yanomami.

Mura, Parintins, Bororó.

Gavião, Urueu, Tupinambá.

Nambikwara, Aikanã, Cabixi.

Kanoé, Latundê, Kaxinauá.

Massaka, Boca Preta, Urubu.

Surui, Pataxó, Karipuna.

Arikeme, Kaioá, Ajuru.

Acho gostoso, galinha caipira com pamonha.

Paca assada e farofa no casco do Tracajá.

Porco frito na sua própria banha.

Cuca, farinha d’água, cheiro de café ao torrar.

Jiló, charque, abóbora, quiabo.

Tambaqui assado na palha da bananeira.

Uma mulher corada, que eu querendo também me queira.

Cachaça de alambique

 Um bailão na lua cheia.

Amor… fizemos escondidos na tuia

Um monjolo roda d’água e pilão

Cantiga de galo, todos dormiam.

Enquanto eu pedi a sua mão.

Os festejos, de são Pedro, santo Antonio e são João.

O peão de boiadeiro, o jeito caipira de cantar.

A festa do divino, seus seresteiros

Enciumados com o nosso jeito de amar.

Por Hernán Lagos
Jornalista profissional





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