Grupo de pelo menos 30 pessoas impediu que Polícia Ambiental apreendesse o carregamento ilegal durante operação. Madeira teria sido retirada de unidades de conservação de Rondônia.
A Polícia Militar Ambiental confirmou, nesta quinta-feira (16), que o carregamento de madeira ilegal que tinha sido “levado” após um grupo de pessoas impedir a ação de policiais, durante uma operação, foi encontrado e apreendido em Cujubim (RO).
A barreira para impedir a execução da Operação Arigós aconteceu na terça-feira (14). Na ocasião, a Polícia Ambiental escoltava o carregamento até uma área segura, quando um grupo de cerca de 30 pessoas fechou a estrada com carros e impediu a passagem da viatura policial (veja no vídeo abaixo).
Com a distração, o motorista do caminhão com a madeira ilegal conseguiu fugir. Segundo a Polícia Militar (PM), os militares ambientais reagiram de forma pacífica na ação e deixaram que o condutor fosse embora, por segurança.
Porém, depois da ação criminosa, os policiais chamaram reforços e iniciaram investigação para localizar o carregamento da madeira.
Na quarta-feira (15), menos de 24 horas depois, as madeiras foram encontradas escondidas em uma serraria desativada no município de Cujubim (RO), a 220 km de Porto Velho.
O material foi levado até a sede do Batalhão de Polícia Ambiental em Candeias do Jamari (RO). O motorista não estava no local.
Segundo a PM, todos os envolvidos de participar da “barreira” de carros foram identificados. Alguns deles já foram localizados e ouvidos na delegacia e as investigações seguem para encontrar os outros suspeitos.
A Operação Arigós
Um grupo suspeito de praticar crimes ambientais na unidade de conservação Estação Ecológica Soldados da Borracha, em Porto Velho e Cujubim, é alvo da operação. Chamada de Arigós, a ação busca apurar e combater grandes desmatamentos na região e nesta etapa os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em áreas urbana e rural.
O grupo criminoso investigado já causou um dano ambiental de 9.684 hectares, o equivalente a quase 9 mil campos de futebol. O dano ambiental praticado pelo grupo já pode chegar aos R$ 345 milhões.
Os agentes de fiscalização buscam identificar quem são os mentores e beneficiários do desmatamento feito dentro da unidade de conservação ambiental.
A ação tem a participação do Ministério Público de Rondônia (MP-RO), Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente (DERCCMA), Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Núcleo de Operações Aéreas da Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania (NOA) e Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).
Por Jaíne Quele Cruz e André Felipe, g1 RO e Rede Amazônica