O cooperativismo é um dos principais mecanismos para a geração de emprego, renda, inclusão social e desenvolvimento socioeconômico. Para se ter uma ideia, hoje as cooperativas são uma das maiores empregadoras. Segundo dados do Banco Central Estban (set/2022) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Rondônia, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná compõem o ranking dos estados brasileiros que possuem as menores taxas de desemprego. Mas o que há em comum entre eles? Todos contam com a forte presença do cooperativismo, o que é possível comprovar ao compará-los aos estados em que os índices são maiores e a participação cooperativista é tímida ou inexistente.
Rondônia desponta no topo do ranking com uma taxa mínima de desemprego 3,1% e 32,7% da participação de cooperativas de crédito, seguido por Santa Catarina com 3,2% de desemprego e 30,4% da presença de cooperativas. Em terceiro lugar fica o Mato Grosso com 25,8% da presença de cooperativas e 3,5% do índice de desemprego. Os estados com maiores taxas de desemprego são Bahia (13,5%); Amapá (13,1%); Sergipe (11,9%); Pernambuco (11,8%) e Rio de Janeiro (7,9%), a participação de instituições financeiras cooperativistas variam de 0% a 1,8%.
Esses números podem ser explicados pelo modelo de gestão cooperativista, pois enquanto um banco privado toma recurso da comunidade e os centraliza para sua matriz ou local de origem, as cooperativas utilizam todos os recursos aplicados na comunidade em que faz parte, o que contribui diretamente para economia e desenvolvimento social da população. Conforme explica Oberdan Pandolfi Ermita, economista e presidente do Conselho de Administração da Sicoob Credip, cooperativa financeira da região Norte, no sistema bancário privado a cada R$ 1,00 movimentado, apenas R$ 0,13 são convertidos para região. Já a cooperativa, cada R$ 1,00 recebido como saldo de depósito, ele é reaplicado na localidade.
Ermita pontua ainda que as cooperativas acreditam nas pessoas e no empreendedorismo, e isso se traduz em renda e emprego. “Podemos observar claramente que onde não há cooperativas, há uma extração de riqueza local. Se não tiver cooperativas quem vai apoiar e em emprestar crédito para o seu João que vende alface na feira ou o seu Manoel da padaria? As estatísticas mostram que as cooperativas apoiam diretamente o empreendedorismo local e a partir dele surgem os empregos”, explicou Ermita.
Ivan Capra, presidente da Sicoob Central Norte e Sicoob Credisul, destaca que as cooperativas atuam diretamente na regulação do mercado e a pesquisa reflete esse protagonismo. “As cooperativas têm a capacidade de fazer investimentos grandiosos. Elas são balizadoras do mercado financeiro, fazendo com que outras instituições se adaptem, o que acaba beneficiando até mesmo quem não é cooperado. Outra coisa, o público-alvo da cooperativa são os pequenos e médios empresários, maiores geradores de emprego. E os resultados voltam para comunidade por meio de ações, projetos, devoluções na conta capital ou conta corrente, o que se caracteriza como fonte geradora de riqueza”, afirma Capra.
Por Assessoria