Atualmente, quem precisa do atendimento passa por fila de espera e transferência para outros munícipios.
A falta de médico neuropediatra tem sido uma reclamação recorrente em Vilhena, o município recebe diariamente pacientes do Cone Sul do estado de Rondônia e Noroeste do Mato Grosso, e não dispõe do profissional na rede pública. Um dos casos é de uma mãe de um paciente, que nesta reportagem, a identificaremos apenas pelo primeiro nome, Camila.
Em entrevista para nossa equipe, Camila contou que após uma negligência hospitalar seu filho nasceu de trabalho de parto forçado, no qual teve sofrimento fetal por falta de oxigênio (hipóxia). “Ele ficou internado para tomar antibióticos e nesses dias que foram nove, os médicos e pediatras da maternidade Neo Natal me perguntaram sobre minha gestação, eles buscavam repostas para o caso do meu bebê, porém sem ser claro. Recebemos alta e fomos para casa”, explicou.
Para Camila, a falta do profissional foi um dos fatores que contribuíram para a demora no diagnóstico do seu filho. “Passados quatro meses, meu filho chorava 24 horas por dia, já não sabíamos o que fazer. Foi quando procurei uma pediatra do munícipio no particular, nesse dia meu filho foi diagnosticado com paralisia cerebral e estava com crises convulsivas intensas. Em nenhum momento no nascimento dele fui informada de qualquer problema de saúde”, reforça.
Desde então, os acompanhamentos têm sido todos feitos no particular e a mãe lamenta tudo que aconteceu. “Meu apelo é sobre a negligência na qual meu filho sofreu, despreparo da equipe e ainda, a falta de profissionais neuropediatra, ortopedista, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, entre outros. Infelizmente, tenho que me locomover para outro munícipio”, encerra.
O profissional neuropediatra se dedica ao estudo das doenças do desenvolvimento e maturação do sistema nervoso. Devido às características do desenvolvimento infantil, possui importância no controle de doenças com comprometimento neurológico.
O Rondônia em Pauta procurou a Prefeitura de Vilhena para tratar sobre a falta do profissional na rede pública. Através da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) nos foi informado que a saúde no munícipio nunca contou com o profissional e que os atendimentos são feitos por neurologistas. Quando não conseguem atender a demanda, os pacientes são transferidos para outros municípios. Em relação à contratação, a Santa Casa de Chavantes (atual gestora da saúde) tem buscado um profissional, mas tem tido dificuldade para achar disponíveis e dispostos a trabalhar no munícipio.
Por Joel Jonas para o Rondônia em Pauta