Investigação apura prescrição irregular e uso de substâncias controladas e experimentais em protocolos estéticos
A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (13), a Operação Pharmakon em Porto Velho (RO) para coibir a prescrição e a comercialização ilegal de medicamentos controlados utilizados em protocolos de emagrecimento sem respaldo profissional. A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Contra o Consumidor (Deccoon) e contou com apoio do Cremero, CRF e Vigilância Sanitária municipal.
Os mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara de Garantias, foram cumpridos em dois estabelecimentos e residências vinculadas aos investigados. Nos locais, foram recolhidos medicamentos controlados, substâncias manipuladas, materiais publicitários, prontuários, aparelhos eletrônicos e documentos.
As investigações começaram após denúncia do Conselho Regional de Medicina, que relatou a oferta de “protocolos de emagrecimento” com uso de tirzepatida (Mounjaro), semaglutida (Ozempic) e retatrutide. Esta última substância não possui registro na Anvisa, está em fase experimental e tem comercialização proibida no país. Segundo apurado, ela apresenta riscos elevados, como alterações hormonais, distúrbios metabólicos, hipoglicemia severa e possíveis efeitos cardiovasculares.
A Polícia Civil informou que os medicamentos eram aplicados sem prescrição médica ou acompanhamento profissional habilitado, em desacordo com normas sanitárias e penais, colocando em risco a saúde pública. A prática pode caracterizar crime conforme o artigo 273 do Código Penal.
O nome da operação faz referência ao termo grego “pharmakon”, que significa simultaneamente “remédio” e “veneno”, simbolizando o risco do uso inadequado de substâncias controladas.
As investigações seguem para identificar todos os envolvidos e dimensionar as irregularidades apuradas.
Da redação do Rondônia em Pauta


