Segundo a família, o animal já estava morto antes de ser retirado da barriga. Médicos veterinários explicam que o caso é uma anomalia genética rara.
Um bezerro nasceu com duas cabeças, sete patas, dois rabos e quatro orelhas em uma cidade do interior de Rondônia distante aproximadamente 500 km de Porto Velho. Segundo a família, o animal já estava morto antes de ser retirado da barriga.
O g1 conversou com Edileusa Barbosa de Moura. Ela e o marido, José Carlos de Moura, são os proprietários do local onde tudo aconteceu. A fazenda está localizada na Linha 4 de Ministro Andreazza (RO), uma propriedade rural onde criam gado de corte.
Na manhã da última quarta-feira (13), o casal foi até a fazenda e percebeu que uma das vacas prenhas estava “triste”, distante das outras e sentada quieta e sozinha.
“A gente que tem essa experiência sabe quando a sua vaca vai parir. Ela não fica no meio das outras, fica meio separadinha. E aí a gente ficou: ‘opa, vai vir mais um bezerro’. Quando a gente olhou não tinha nada de bezerro”, contou Edileusa.
Quando perceberam que a vaca aparentava não estar conseguindo parir, os proprietários decidiram chamar um médico veterinário para analisar e fazer o parto cesáreo, se necessário.
“Ele veio fazer a cesárea dela e quando olhou ele falou: ‘tem alguma coisa estranha aqui. Tem um negócio diferente aqui dentro dessa vaca’”.
Dentro da barriga da vaca, o veterinário encontrou um animal com duas cabeças e várias patas, como se fossem dois bezerros siameses. Mas segundo Edileusa, ele já estava morto.
As patas eram tantas, que para retirar ele da barriga sem prejudicar a vaca, duas delas foram cortadas. Para a proprietária, ver tudo aquilo foi espantoso.
“Não é uma coisa comum. O que a gente entendeu ali é que poderia ser gêmeos, mas na verdade virou siameses, não conseguiu fazer o ciclo certo. É bizarro”, comentou.
Anomalia genética
A teoria da Edileusa sobre a origem do bezerro de duas cabeças é a mesma da médica veterinária Joyce Lumes de Lima. Segundo ela, o mais provável é que houve uma alteração genética no início da formação do feto.
“Provavelmente era uma gestação de gêmeos univitelinos, que são fetos gerados a partir de um só óvulo e um único espermatozoide, e por algum motivo durante a evolução da gestação não houve a separação dos fetos”.
Segundo o médico veterinário e professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), a anomalia genética pode ser causada pela consanguinidade – cruzamento de animais parentes – ou com a relação com substâncias tóxicas.
Casos como o que aconteceu em Ministro Andreazza são raros. Segundo os especialistas, animais que nascem com esta anomalia geralmente nascem mortos, morrem após o parto ou com pouco tempo de vida.
A vaca, mãe do bezerro, sobreviveu ao procedimento de cesárea e está bem.
Por Jaíne Quele Cruz, g1 RO