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Como sair dessa? artigo do professor Ivanor Luiz Guarnieri

Essa pergunta depende de contexto. Se ela for feita a alguém em dificuldades financeiras, a pergunta tem um sentido. Se for feita para uma pessoa flagrada em delito, tem outro sentido. Aqui, quero fazê-la em relação a algo que é comum a nós todos nesse momento.

Alguns estão morrendo de medo, outros morrendo de fato, outros não estão nem aí. Mas o fato é que a chamada pandemia tem atingido a todos, embora de modo diferente. As atitudes das pessoas também são diferentes e, nisso, cabe perceber pelo menos dois tipos humanos opostos.

Vamos chamar de pessoa do tipo um para aqueles que são facilmente influenciáveis pelo mundo exterior. Dito de outra forma, são pessoas que sofrem, se alegram, riem, choram e brigam por coisas que não tem a menor chance de influenciar diretamente suas vidas. No outro extremo encontramos outro tipo de pessoa, ou seja, aquelas que parecem estar pouco dispostas a pensar o que está acontecendo no mundo, bastando apenas que sua vida siga conforme seus próprios interesses.

As pessoas do tipo um criticam e xingam o Lula, a Dilma, o Bolsonaro, e de quem mais lhes parecer oportuno falar mal, como se as ações dos outros pudessem limpar ou deixar sujo o quintal da casa delas. Movidas pelo destempero, parecem crer que suas vidas dependem dos ditames da política de Brasília e, quem sabe, até de Washington. Estou exagerando? Então observe como alguns discutem, aqui no Brasil, acaloradamente em favor ou contra Donald Trump.

Por outro lado, aquele tipo de pessoa que parece estar desconectado do mundo se divide em dois grupos. O grupo dos que realmente estão desligados e seguem sua vida, e aqueles que sabem o que ocorre no mundo, mas sabem, também, que a vida deles depende mais de suas próprias decisões do que das canetadas dos políticos.

Num mundo de imprecisões como o atual, é difícil dizer qual a melhor atitude. Se devemos ser vociferantes contra as decisões do governo em cada decisão tomada, ou se deveríamos nos contentar com o que ocorre ao nosso redor, apenas.

O filósofo Aristóteles ensina que os extremos são perigosos. Então, talvez seja melhor a ponderação. Essa ponderação se apresenta em quem procura saber o que é decidido nos gabinetes, e, com isso, é capaz de opinar com certa propriedade, mas, ao mesmo tempo, tem consciência de que sua vida depende muito mais ainda de suas própriasações.

Como vamos sair desse período de pandemia? Espero que saiamos com algumas coisas boas. Quem sabe tendo aprendido um pouco mais de algum idioma estrangeiro oudo nosso próprio idioma, tendo construído ou reformado, adquiro experiência sobre si mesmo e sobre o mundo. As oportunidades de melhorarmos não cessaram com a pandemia, principalmente se levarmos em conta o auxílio dos cursos via internet.

Que sejamos capazes de julgar que esse período de pandemia não é um momento de passagem, mas é um momento de vida. Apesar das restrições de locomoção, de uso de máscaras e demais cuidados, o cérebro continua funcionando e pode ser bem oportuno mantê-lo ocupado com coisas proveitosas. Coisas como aprender, ajudar, ensinar, fazer, construir. O que vamos mostrar para nós mesmos no futuro, depende do que fazemos no presente.




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