Nas últimas semanas grandes vazamentos expuseram informações pessoais de milhões de brasileiros. Para auxiliar na verificação de possíveis dados vazados, na semana passada entrou no ar o site FuiVazado. Nesta quinta-feira (04) uma outra página que promete fazer essa análise foi lançada.
Chamado de “Vazou?”, o site foi criado pelo programador Rodrigo Laneth. De acordo com uma publicação feita por ele, a intenção da plataforma é ajudar a garantir que as pessoas possam saber se foram ou não expostas.
“Notamos que o fuivazado.com.br vem encontrando dificuldades para se manter no ar e, por acreditarmos que esta é uma ferramenta de utilidade pública essencial para auxiliar na conscientização de cada cidadão afetado e colaborar com o enfrentamento da presente crise da proteção de dados pessoais, optamos por colocar a nossa versão no ar”, destaca o post.
Ainda segundo esse texto, Rodrigo e a RHMS (grupo composto por membros da cena hacker e maker do Rio de Janeiro) deram início à produção de um aplicativo de consulta assim que a notícia foi divulgada na internet.
O site Vazou? promete ajudar na identificação dos dados vazamentos
Rodrigo e a RHMS destacam também que não foram armazenados nos bancos de dados do aplicativo as informações vazadas. “Possuímos somente o registro de que elas podem ter sido expostas, mas não os dados em si. Também não registramos o histórico de consultas feitas através de nosso aplicativo”, pontuam.
Há cerca de dois anos, Rodrigo, que também é pesquisador de segurança digital, havia descoberto uma falha no aplicativo do banco Neon. O problema possibilitava que um cibercriminoso pudesse roubar os dados do cartão de um cliente da marca.
O site é seguro?
Assim como no caso do fuivazado.com.br, que estava fora do ar quando esse texto foi escrito, o Tecmundo verificou as validações do “Vazou?”. A partir do código da página disponibilizado por Rodrigo e a RHMS, é possível verificar que a plataforma não possui recursos para armazenar registros dos usuários que realizam a consulta de seus CPFs.
Ademais, a página também não exige nenhum cadastramento de login e senha. Por causa dessas questões, é possível dizer que não há indícios de que o “Vazou?” possa estar coletando dados de usuários que procuram saber se seus dados foram vazados.
Vazamentos
O vazamento dos dados dos brasileiros foi reportado pela primeira vez em 19 de janeiro. O dfndr lab, laboratório de cibersegurança da PSafe, havia comunicado sobre o problema e explicou que milhões de pessoas haviam sido afetadas.
Aparentemente, dados como CPFs, números de telefone e e-mails de brasileiros vivos e mortos foram divulgados publicamente após as ações. Cerca de 223 milhões de pessoas foram afetadas pelos problemas.
O caso dos vazamentos deixou milhões de pessoas expostas no paísFonte: Receita Federal
Além de documentos, o vazamento inclui informações detalhadas de 104 milhões de veículos e cerca de 40 milhões de empresas. Sobre os carros, questões como número do chassi, placa, município e até cor foram divulgados. No caso dos empreendimentos, dados como CNPJ, razão social e razão social estão espalhados. A origem e os autores do crime ainda estão sendo apurados.
O que fazer se o seus dados foram vazados?
– Registrar um boletim de ocorrência;
– Acompanhar os extratos de sua conta bancária e do cartão de crédito;
– Monitorar a movimentação do seu cadastro no SPC/Serasa;
– Estar atento a mensagens, e-mails e SMS que informem códigos para verificação de conta, pois, através deles, muitos criminosos fazem a clonagem;
– Avisar amigos próximos e familiares, pois se o criminoso tentar se passar por você, pedindo dinheiro, por exemplo, essas pessoas saberão que é um golpe;
– Como ainda não foi constatada a origem do vazamento, não é possível propor uma ação judicial para reparar os danos. Caso o responsável seja identificado, havendo prejuízo material ou moral, a orientação é contratar um advogado para auxiliar no processo de indenização;
– Caso tenha acontecido a fraude através de uma plataforma, como WhatsApp, deve-se entrar em contato com a empresa envolvida.