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Documentos revelam que vistoria da Agevisa já estava prevista em Vilhena, mas foi antecipada após decretação de ‘situação de emergência’

Equipe ficou mais tempo do que o previsto para ajudar administração a encontrar alternativa à interdição da lavanderia

O Rondônia em Pauta teve acesso a documentos internos da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa) que comprovam que a vistoria que culminou na interdição da lavanderia do Hospital Regional de Vilhena, e as notificações em diversos outros setores, já estava programada para acontecer, mas foi antecipada justamente devido à decretação do estado de emergência em Saúde e das notícias de problemas divulgadas pela própria Prefeitura de Vilhena e também pela Santa Casa de Misericórdia de Chavantes.

Criado no dia 10 de fevereiro, o processo de tramitação interna trata da concessão de diárias para o deslocamento de servidores até Vilhena e traz detalhes sobre a ação fiscalizatória na cidade. Embasada em diversas notícias apensadas no processo, a visita dos técnicos ao “Portal da Amazônia” se deveu, segundo o relatório, à “situação de emergência em saúde pública decretada em janeiro pela Prefeitura do município citado”.

Confira o relatório, na íntegra, clicando AQUI.

As notícias evidenciadas no memorando, que solicita a viagem à Vilhena, trazem os relatos da Prefeitura e da Santa Casa sobre os problemas estruturais e de equipamentos na cidade, o que, evidentemente, chamou atenção da agência. No documento, a Agevisa revela que a vistoria realizada já estava prevista para acontecer em 2023, mas estava agendada para outubro, conforme a Programação Anual de Saúde (PAS) da entidade. A decretação da situação de emergência, contudo, antecipou a vistoria.

“O deslocamento para o Município de Vilhena, está programado na PAS/2023, entretanto houve necessidade de dar celeridade na ida da equipe técnica, pois em janeiro do corrente ano o Município Decretou Emergência em Saúde Pública, conforme consta nos arquivos de mídia e decreto anexo ID 0035765422. Sendo assim, equipe deslocar-se-á para verificar as pendências quanto a situação sanitária da principal unidade hospitalar que é de gestão municipal. Tendo sua programação antecipada para o corrente mês, visto a situação atual, estava programada para outubro do corrente ano”, diz a justificativa.

Inicialmente prevista para durar dos dias 13 a 17 de fevereiro, a viagem teve de ser estendida por mais um dia, até 18 de fevereiro, para que os técnicos da agência tratassem junto da equipe de saúde do Município sobre alternativas e soluções para a interdição da lavanderia.

“Necessitará permanecer por mais um dia no município, visto situação de INTERDIÇÃO DE SERVIÇOS na principal unidade hospitalar da região do cone sul. Apesar da interdição ser realizada em um dia é necessário junto à gestão da unidade encontrar alternativa para que ocorra sem prejuízo assistencial a população local, sendo necessária portanto a permanência de toda equipe até que haja solução, mesmo que temporária”, afirma a solicitação que pede extensão do prazo da viagem.

O relatório revela ainda que a equipe técnica ofereceu diversas alternativas para funcionamento da lavanderia do Hospital Regional:

  • (1) Lavanderia do Hospital Regional de Cacoal pode assumir parte do processamento de roupas.
  • (2) Lavanderia do Hospital Bom Jesus é própria, apesar de pequena, pode assumir parte da demanda.
  • (3) Limpex Lavanderia Industrial de Cacoal, realiza processamento de roupas hospitalares.
  • (4) Hospital Cooperar vai ser o hospital da Unimed em Vilhena e inaugura em abril. Foi feito contato com a responsável pela lavanderia do local.

As notificações da Agevisa apontam que a lavanderia, atualmente utilizada, foi encontrada com roupas sendo depositadas no chão, barreiras de separação de ambiente anti-infecção entre processamento e acabamento das roupas não sendo utilizado adequadamente, falta de profissional coordenador responsável pelo setor com capacitação para a execução das atividades, sem lavatório para higienização das mãos, falta de dispensador de álcool, acúmulo de água com criadouros de dengue, teto de madeira com frestas, fiações elétricas expostas, paredes sem reboco com sujeira, além de outras deficiências estruturais e uso de máquinas domésticas para lavagem das roupas.

Na coletiva de imprensa feita pelo prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro de Miranda Junior, na tarde da quinta-feira (23), foi anunciado que a lavanderia será remanejada para outro local próximo, cedido por empresário, a fim de melhorar a higiene e condições gerais do processamento de roupas da unidade, enquanto a Prefeitura utilizará recursos próprios e doação de R$ 1 milhão do Sicoob Credisul para sanar as exigências feitas pelos fiscais na lavanderia e em outros setores do hospital.

Confira fotos do relatório da Agevisa:

Da redação do Rondônia em Pauta




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