A educação brasileira passa por uma crise que parece não ter fim, não fosse o profundo abismo do setor público, escolas privadas estão fechando em todo o Brasil.
Em Vilhena escolas particulares fecharam suas portas e outras vivem crises levando muitas famílias a matricularem seus filhos em outros Estados.
Uma rápida análise sobre as escolas e universidades privadas de sucesso, mostra que o caminho da falência se reside na ausência de disciplina, regras claras de comportamento e convívio humano, além de direção firme, professores cultos e competentes.
Rondônia possui somente uma escola ranqueada entre as quinhentas melhores do Brasil, figura na lista somente o Classe A de Porto Velho, sua posição é 428. (fonte, Último Segundo/Educação/Enem, 2010).
Tive a oportunidade de trabalhar nesta escola como, professor de história do Brasil e história de Rondônia, além de coordenar o pré-vestibular por alguns anos.
Qual o mistério, o que essas escolas bem ranqueadas fazem de extraordinário? A resposta é que não existe segredo, podemos indicar algumas diferenças existentes entre essas escolas e as demais.
As quinhentas melhores escolas do ranking possuem uma estrutura física muito parecida com nossas escolas de Vilhena e Rondônia, a diferença está na política educacional e disciplinar adotada.
No geral o aluno nessas escolas são somente alunos, enquanto que em Rondônia, o aluno é tratado como “cliente” e como tal tem razão em tudo, faz o que quer quando quer.
Em uma escola séria o cliente é o pai ou responsável que geralmente assina um contrato onde mais que normas de pagamento, ficam estabelecidas normas claras e não negociáveis de disciplina e convívio social.
Fica claro que o espaço escolar se diferencia de um Shopping Center.
Aluno tem suas obrigações e suas atitudes são limitadas por regras muito claras que direcionam para resultados que possibilite seu sucesso nos concursos e vestibulares.
Não seguiu as regras procure uma escola liberal.
Em geral, na maioria das escolas rondonienses, sejam elas públicas ou privadas o aluno faz o que quer e o professor severo e disciplinador é mal visto pelos alunos, colegas de trabalho, diretores, pedagogos e pelos proprietários que temem perder o aluno.
As escolas mais parecem um local para namoro, ponto de encontro de “ficantes”, lembra muito uma feira livre ou um parque de diversão.
Os professores não conseguem silêncio e atenção, os alunos não cumprem com suas obrigações, não gostam de ler, não fazem suas tarefas e as famílias não cobram deles responsabilidades.
No geral quando cobram, cobram dos professores que se tornaram vítimas do aluno mal educado e preguiçoso e dos pais que perderam o controle sobre os filhos e descontam na escola e nos professores.
Em Rondônia e Vilhena as escolas são assim. Pergunte aos professores de qualquer escola. Muitos afirmarão que simplesmente não conseguem dar aulas.
As escolas, muitas vezes não possuem um simples acordo disciplinar ou regras de conduta, quando possuem, funcionam como lei morta, todos conhecem, porém não obedecem ou respeitam.
O mundo moderno e liberal dos últimos trinta anos desconstruiu uma sociedade preconizada nos valores éticos e morais, os pais que viveram na década de oitenta lembram como funcionavam as escolas e as relações familiares que tinham por base o respeito e disciplina.
Muitos afirmam, “os tempos são outros, as escolas precisam se adequar a nova realidade juvenil”, sim as escolas mal ranqueadas que são ampla maioria se adequaram aos novos tempos.
As escolas de pontas seguem na velha tradição do “respeito é bom e eu gosto”, logo estão na ponta superior do ranking.
Os professores normalmente seguem as diretrizes da escola, se a direção ou proprietário possui uma visão “liberal e moderna”, o professor acaba por se tornar uma vitima do sistema.
Se as escolas de Vilhena tiverem a intenção de mudar, saindo da condição incomoda do atual ranking do ENEM e IDEB e outros medidores, devem urgentemente refletir sua realidade e avançar numa perspectiva de regras disciplinares que promova o saber e cultura.
É preciso dar autoridade aos professores e punir os maus alunos, não muito raro, colocar os pais no lugar deles e não no do professor que é o responsável pelo sucesso dos seus filhos no que se refere a conhecimento escolar.