É um desejo de muitas pessoas crescer profissionalmente, economicamente ou intelectualmente. Outras pessoas nem tanto.
A sabedoria popular ensina que somos construídos pelo convívio com os amigos e familiares. Todos conhecem o famoso “diga com quem andas e te direi quem és”. Quase sempre esse ditado é usado para acusar as pessoas por andarem em má companhia. Quero usá-lo, aqui, no sentido inverso.
Ao estudar a vida de Marechal Rondon, fiquei sabendo que ele estudou, no Rio de Janeiro, na mesma escola militar em que era aluno o não menos famoso Euclides da Cunha. Soube, também, que Marechal Rondon foi aluno de Benjamin Constant; depois, aqui em Vilhena, veio o antropólogo Roquette-Pinto trabalhar com Rondon. Todas pessoas de interesse pelo conhecimento e pelo aprimoramento humano.
Outra grande personalidade, Max Weber, advogado, sociólogo teórico alemão, também convivia com pessoas voltadas para o aperfeiçoamento intelectual. Vou citar dois: Georg Lukács e Georg Simmel. A conivência com espírito voltados para a percepção inteligente do mundo muda nosso espírito.
Se você que me lê tiver a sorte de conviver com pessoas de aguda percepção, poderá desenvolver a sua própria percepção de mundo. Não por imitação, nem tão pouco copiando dos outros, sua maneira de ver o mundo, mas as observações feitas por pessoas mais bem preparadas irão despertar em você uma nova maneira de enxergar, quem sabe percebendo o que está diante dos olhos e não conseguimos ver.
Eu e você somos o somatório das experiências de vida que temos ao longo do tempo. Nem eu, nem você, temos condições de ter experiências humanas que possam ir além daquilo que vivemos. Mas, há uma solução que permite expandir nosso aprendizado humano no mundo. Essa solução chama-se Literatura.
Quando lemos, de certo modo nos colocamos no lugar das personagens e, assim, passamos a participar de situações por meio da poderosa capacidade que temos de abstrair e viver imaginativamente outras realidades. Claro, ao ler literatura, cada um interage do seu jeito em relação a trama narrativa. Mas todos saem com a mente modificada graças à leitura atenta e envolvente que fizer.
As obras literárias são produto da inteligência de seus autores. Grandes escritores são, acima de tudo, excelentes leitores. São leitores das obras literárias de outros autores e também muito bons leitores de mundo. Por leitor de mundo me refiro àquela capacidade de perceber, no convívio com as pessoas, aspectos curiosos de personalidade e modos de agir humanos. Isso ocorre desde o convívio diário, em pequenos encontros pessoais e até mesmo em conversas fugazes realizadas durante uma viagem.
Recapitulando: grandes escritores são grandes leitores e muito bons observadores do mundo humano.
Imagine você lendo boas obras literárias. Imagine mais, você convivendo com o autor de algumas obras literárias que nos ensinam muito sobre o convívio entre as pessoas. Pois, eu mesmo tive o privilégio desse convívio, e essa pessoa estará entre nós esta semana. Aguinaldo José Gonçalves é professor, poeta, escritor. Sua pessoa une teoria literária e criação literária, com obras que vão das perquirições abstratas da teoria ao deleite da poesia e da prosa.
O escritor Aguinaldo Gonçalves está entre nós. Dia 05 de maio, a partir das 19:30, ele estará lançando o livro “Ozumanoides”, no restaurante Manjericão. Também estará disponível para autógrafo outra obra sua de real interesse sobre o convívio humano: “Coisas de Casa (de peles e de escamas). Além disso, dará um minicurso dias 2, 3 e 4, na Universidade Federal de Rondônia, sobre o processo de criação literária.
O convívio e a leitura rendem boas observações sobre o sentido humano da convivência e das relações entre as pessoas. A boa leitura e a boa conversa são sempre aconselháveis aos que estão atentos ao seu próprio progresso no convívio com as gentes.
