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Perigo; artigo do professor Ivanor Luiz Guarnieri

Estava eu fazendo pesquisa sobre a História de Vilhena quando me deparei com uma revista interessante. Editada em novembro de 1999, a “Revista Cidade” traz vários artigos sobre Vilhena, informa os lugares mais badalados daquela época, os restaurantes, as lojas, e mescla uma série de informações com o passado de algumas instituições célebres de nossa cidade, como o Supermercado Pato Branco, que, segundo a revista, teria chegado aqui em 1974.

 Em meio a tudo isso, há um artigo curioso e de leitura agradável. Seu título “No Banho com o Jacaré” é sugestivo de uma situação curiosa. Assinado por Luciano Breder, o autor conta acerca de um banho de rio feito em algum lugar do interior do município. Ao perguntar para a senhora do lugar o que seria certo barulho ouvido na água, ela teria respondido candidamente que se tratava apenas de um jacaré, que costuma banhar naquelas águas no final da tarde.

Curiosidades a parte, o senhor Luciano Breder, quase ao final do artigo alerta para os perigos que cercam a pessoa e alerta para o cuidado com “[…] lugares próximos de usinas nucleares, até com alto teor de radiação, como aconteceu no Japão recentemente”.  Claro que esse recentemente trata-se do ano de 1999, e isso é o mais curioso, ou seja, observar que os problemas com usinas nucleares não são novidade no país do sol nascente, conhecido pela sua alta tecnologia e bom desempenho quando se trata de ciência.

Prezado Leitor, permita-se perguntar, como estou a fazer agora, acerca da qualidade e da segurança das tais usinas nucleares. A situação do Japão depois do tsunami é ruim, pior ainda com as condições do ar e da água poluídas pela radiação vazada da usina de Fukushima. A empresa responsável, ou irresponsável, Tokyo Eletric Power Company avisou que está jogando água contaminada no mar. As primeiras notícias davam conta de que a coisa não era assim tão feia. O povo norte-americano estaria exagerando ao imaginar que a radiação atingiria Nova Iorque. Pois não é que agora estão constatando que a situação chegou até a costa daquele país? Não estavam de todo errados os moradores da cidade da Estátua da Liberdade. E nós brasileiros, já fomos informados de alguma coisa? Quais perigos rondam nosso País?

Ah Ivanor, você está sendo cruel com os japoneses e sua companhia de energia. Afinal eles tiveram um tsunami. Mas me pergunto, as tais usinas não deveriam ser a prova de muita coisa, até de ataque de extraterrestres? As tais paredes de segurança não deveriam ser inexpugnáveis até para o Super Homem? Cadê a segurança? A verdade é que segurança total só a dos cemitérios, e olhe lá.

Aqui no Brasil há a pretensão de construir quatro usinas até 2030. Segundo notícias do jornal “Correio do Estado”, “A Eletronuclear afirmou que as usinas de Angra operam com alto grau de segurança e são projetadas para resistir até a terremotos. Além disso, existe uma barreira antitsunami que protege todo o complexo nuclear, mesmo reiterando que no Oceano Atlântico Sul não existem as condições necessárias para gerar os tsunamis”. Ora, brincadeiras à parte, se não tem tsunami por que ter barreiras contra eles? Só para gastar um pouco mais? É alto grau de segurança mesmo? O que isso significa? Os japoneses não diziam o mesmo para seu povo ante do desastre?

Sei não! Eu que sou leigo no assunto estou aqui me borrando de medo desse negócio. Podem até dizer para mim: “Ah meu Caro, não se preocupe, são pessoas altamente capacitadas cuidando do assunto”. É mesmo. Mas tem um detalhe, quem construiu a arca de Noé eram leigos e gente altamente capacitada construiu o Titanic. Em qual deles você embarcaria?

No caso de terremoto a usina de Itaipu faria água, muita água. E a Argentina ficaria encharcada, mas só. Já se as tais super seguras usinas nucleares explodirem, vai ser um Deus nos acuda. Os entendidos de hoje não tem o direito de arriscar o futuro das pessoas do futuro. Se é que elas existirão, já que a coisa está meio perigosa no planeta dos homens.

Ivanor-ArtigosO Ministro da Ciência e Tecnologia, deu garantias da qualidade de nossas usinas e que podemos dormir tranquilos. Mas ele é economista e deve entender desses perigos um pouco mais do que nós. Afinal ele é ministro por indicação política e nem tanto por qualidade técnica.

Na dúvida seria melhor não arriscar. Pesquisar outras fontes de energia menos perigosas. Senão o jacaré da radiação, que por enquanto só fez barulho, vai começar a morder. Se o Brasil for inteligente como aqueles banhistas do rio, uma vez constatado o perigo, vai ficar longe desse negócio.

Como você sairia de uma água da qual acabou de saber que tem um jacaré pertinho de você? Com muito medo ou com susto, além de molhado, é claro. E como sairia de uma água contaminada por alta radiação? Talvez nem dê para sair.

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