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Possuímos a Síndrome do Colonizado; artigo do historiador Emmanoel Gomes

É triste a realidade, faz parte da nossa cultura a “síndrome do colonizado”, ou seja, possuímos uma grande dificuldade em reconhecer valores, vantagens e qualidades em nós mesmos. Atuamos de forma negativa e pessimista em relação ao nosso universo cultural, econômico e político. Temos uma capacidade incrível de desmotivar, criticar sem conhecimento, avaliar negativamente as experiências que ocorrem em nossa volta. Essa é uma característica do brasileiro, resultado adquirido após 322 anos de colonização portuguesa, depois, cem anos de domínio inglês e dos últimos cem anos de influencias dos Estados Unidos.

A dominação gerou a falsa ideia de “inferioridade total”, a sensação de que todas as coisas de fora, estrangeiras, são melhores que as nossas. A crença de que o tempero do vizinho é melhor que o meu, a mulher do vizinho é mais bonita que a minha e assim por diante.

Essa característica tão presente em nossa cultura possui a terrível capacidade de impedir a nossa ação criativa, inibe nossa motivação e prejudica nosso desempenho no processo de construção de novos conhecimentos.

Em Rondônia esse mal parece ser mais presente que em outras regiões, basta olharmos os jornais, programas de televisão locais, informativos eletrônicos e artigos. O negativo é a tônica quando se trata de nossas coisas, fora, raríssimas exceções, encontramos um festival de denúncias, de críticas e comentários negativos sobre quase tudo.

 Através dos meus artigos tenho mostrando o quanto de qualidades possuem nossos municípios e nosso Estado.

Sou um militante da música, poesia, literatura, contos, crônicas produzidas aqui.

Existem múltiplas experiências culturais, espirituais e religiosas sendo realizada nas barrancas do Guaporé, Mamoré, Madeira, Machado, Cabixi.

 Não pretendo, contudo, negar que tenhamos problemas graves a ser questionado porem, que fique essa tarefa para os militantes do pessimismo, rancor, para os negativistas de plantão que já ocupam nossa mídia de forma tão contundente.

Gostaria de convidar todas as pessoas a conhecerem o som da viola do Calango, músico de Colorado do Oeste, numa lua cheia, ao lado de uma fogueira nas praias do Guaporé. Ouvir o Caté Casara com aquele vozeirão nas barrancas do Mamoré, Carlos Moreira recitando poesias no Barco Escola em meio ao rio Madeira, Silvio Santos, Dadá do Areal, Bubu Johnson entre tantos outros poetas e cantores inspirados nesta terra.

Em Rondônia poucos tiveram o privilégio de ouvirem e assistirem um show do Mário Miléo Guerreiro em Vilhena, a simplicidade do Dione, músico, letrista e intérprete de Colorado do Oeste.

Ter a companhia de um amigo como o Antônio Cândido e seus belos poemas. São tantas figuras mágicas e encantadoras, o Jhon Kennedy e sua alma musical em Machadinho do Oeste ou o Marcos Biesek e seu som determinado.

São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e em vários lugares, é uma pena que não aja uma política cultural de valorização e divulgação desses tantos talentos que tanto insistem pela cultura nesse Estado.

Definitivamente, temos experiências fantásticas, belos exemplos a serem aplaudidos, apoiados e difundidos. De Vilhena a Guajará Mirim, cada município rondoniense possui seus elementos peculiares, especiais que merecem ser observados, conhecidos e valorizados.

Ouro Preto do Oeste, região central do Estado de Rondônia, destaco, várias características que me fazem sentir um carinho muito especial, primeiro que a localidade é repleta de cachoeiras, montanhas e uma terra extremamente fértil, onde se plantando tudo dá. A localidade é o paraíso dos aventureiros e praticantes de esportes radicais, como o Parapente, Rapel, Arborismo, MotoCross etc.

     A população é constituída em sua grande parte por mineiros, baianos, capixabas, que convivem com paranaenses, catarinenses e gaúchos. Seus habitantes são ótimos anfitriões, a cidade é limpa e organizada, mantém um ritmo de desenvolvimento acelerado mais não perde aquele jeito especial e gostoso de cidade pacata do interior. Aquele interior agradável, saudoso que lembra nossas infâncias. A cidade tem aquele cheirinho de curau de milho e pernil de porco no forno, de abobra com charque no almoço, cheiro de café torrado e moído na hora.

Praça de Ouro Preto do Oeste
Praça de Ouro Preto do Oeste

 

Emmanoel-Gomes-ArtigosMuita gente não sabe, em Ouro Preto, aqui em Rondônia, está localizada a mais bela Praça do Norte do Brasil, só o local para apresentação musical, shows de grande porte, possui capacidade para mais de trinta mil pessoas. A praça possui ainda, seis tanques repletos de peixes, num deles, vários Pirarucus gigantes encantam os visitantes quando sobem para respirar. Praça de alimentação, locais para praticar esportes e caminhadas e em volta se eleva uma ponte de metal e assoalho possibilitando uma caminhada panorâmica por uns quatrocentos metros. É difícil descrever a praça à noite, se for uma noite natalina com sua iluminação especial a localidade se transforma no mais belo cartão postal do Estado. Todas as praças da nossa capital juntas não se aproximam dessa existente em Ouro Preto do Oeste.

Os encantos não param os bares, lanchonetes, restaurantes e demais logradouros, são um convite a parte. Ouro Preto do Oeste é uma cidade feliz, isso não é propaganda oficial, a verdade é que a cidade transmite essa idéia, as pessoas são simpáticas e recebem com carinho os visitantes.

Muitas pessoas não enxergam as múltiplas belezas existentes em Rondônia, o fato é que somos muito parecidos com o que falamos e enxergamos, somos espelhos de nossa atuação, logo, quem só enxerga discórdia, intrigas, mazelas e defeitos se parece com tudo isso que vê.

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