Vítimas eram padrinhos de consideração de um dos assassinos
Por volta das 7h da quinta-feira (29), a Polícia Militar deslocou-se até a Av. Melvin Jones para fazer contato com o irmão da vítima. Ele recebeu ligações dos moradores vizinhos de onde sua irmã mora. Sendo informado, que sua irmã Edna tinha sido vítima de esfaqueamento na Chácara Ipê, localizada na Linha 135, a aproximadamente 11 quilômetros de distância da área urbana.
As duas vítimas de esfaqueamento eram Cícero Pereira da Silva, de 69 anos, e Edna Domingos da Silva, de 49 anos. O Corpo de Bombeiros foi acionado para socorrer as vítimas, que ao chegarem constataram que Edna já havia falecido e que Cicero apresentava três perfurações feitas por objeto perfuro cortante no tórax, sendo socorrido de imediato pela UR até o Hospital Regional.
Cícero, mesmo ferido e muito debilitado pelo sangramento, relatou que no período da tarde de ontem, 28 de abril, o jovem W.L.S.G. (19 anos) juntamente com outro homem que, não soube dizer o nome, chegaram em sua propriedade pedindo para tomarem café.
Relatou ainda que, por volta das 19h30 do mesmo dia, ambos retornaram até a sua propriedade armados com facas em punho, rendendo as vítimas e anunciaram que se tratava de um assalto e amararam as mãos das vítimas, exigindo que elas entregassem todos os objetos de valor, a moto Titan 150 ESD de cor vermelha e também o dinheiro, pois sabiam que Edna havia sacado uma quantia em dinheiro no mesmo dia.
Cícero informou ainda que, os criminosos fizeram tortura física e psicológica durante várias horas, chegando a jogar gasolina em seu corpo e também no sofá da sala de estar. Eles planejavam, no momento em que fossem deixar o local, atear fogo na casa com as vítimas dentro.
Mesmo após as vítimas terem entregado os pertences de valor, os criminosos levaram Édna para o quarto e, em cima da cama, a executaram com cinco golpes de faca no lado direito do pescoço e desferiram três golpes no tórax de Cícero, deixando o local em seguida, pois estavam convictos de que Cícero também havia morrido.
O irmão de Edna, ao saber das informações do ocorrido, informou que ontem no período da tarde visitou sua irmã e, no momento em que ele se retirava do local, visualizou W.L.S.G. e seu comparsa chegando na propriedade, porém de nada suspeitou, já que o jovem sempre frequenta a casa das vítimas.
A filha de Edna, compareceu ao local do crime e relatou, que na segunda-feira (26), em conversa com sua mãe, tomou conhecimento que Edna estava com muito medo por estar sendo ameaçada por W.L.S.G., pois ele acredita ter sido denunciado por Edna sobre o furto de um barco que ocorreu tempos atrás.
A PM, ao entrar na residência, percebeu forte odor de gás de cozinha e também de gasolina, em seguida foi verificado que a mangueira do botijão de gás estava cortada e a residência estava tomada pelo gás inflamável. De imediato retiraram o botijão de gás para fora e abriram as janelas para arejar o local por motivo de segurança.
O local foi isolado e preservado até que a POLITEC realizasse os trabalhos de perícia. A filha de Edna verificou que do local foi levado a moto, a carteira com documento pessoais, dinheiro e cartões bancários de Cícero juntamente com as senhas, um celular Samsung Galaxy preto pertencente a Cícero e um celular Samsung A10 azul pertencente a Edna.
A CAPTURA
Após o local ser liberado pela perícia, com apoio do Núcleo de Inteligência (NI) e demais guarnições da polícia, foram iniciadas as diligências obtendo-se informações de possíveis endereços utilizados como esconderijos pelos criminosos.
A equipe do NI realizava campana na Avenida 1714, momento em que W.L.S.G. foi avistado conduzindo a moto furtada de Cícero no local do crime. Com apoio de outras viaturas fizeram o cerco e abordagem, então se aproximaram da moto dando voz da parada.
O suspeito, ao perceber que se tratava de uma abordagem policial, empreendeu fuga pelas ruas 1713 e avenida Perimetral, em dado momento subiu na calçada, permitindo que fossem efetuados disparos de arma de fogo em direção ao pneu traseiro.
Mesmo após os disparos, ele tentou fazer retorno para a via local, neste momento colidiu no para-choque dianteiro do lado direito da viatura utilizada pelo NI, causando algumas avarias, seguidamente colidiu com o poste de iluminação. Devido à queda W.L.S.G. ficou com algumas lesões no joelho esquerdo e no ombro esquerdo.
Na abordagem e revista pessoal, foi encontrado o celular Samsung cor azul modelo A10, que foi roubado e pertencia a Edna, uma porção de crack, o documento de uma moto Honda Biz modelo 125KS que possui registro de roubo.
Segundo W.L.S.G. e seu comparsa, a Biz foi utilizada para chegar ao local do crime, porém eles se recusaram a informar onde a moto estava escondida.
Após várias indagações e diante das evidências, W.L.S.G. confessou com riqueza de detalhes como praticaram o crime, indicando o paradeiro de E.J.F.P. (21 anos) vulgo “Porto Velho”, que foi localizado em um barracão abandonado na Rua 1512, esquina com Avenida Melvin Jones, relatando ainda a participação de um terceiro envolvido, mas que não foi possível identificar.
Segundo ele, aproveitaram da confiança depositada pelas vítimas, devido a serem padrinhos de consideração, para praticar o crime. No primeiro momento em que estiveram na casa, o irmão de Edna se encontrava no local, tendo eles saído, esperado que o irmão fosse embora e retornado para então praticar o crime.
Após esfaquear Edna, W.L.S.G. retornou ao perímetro urbano conduzindo a moto roubada, deixando seu comparsa não identificado no local, mantendo Cícero em cárcere.
Ao retornar em companhia de “Porto Velho”, o comparsa havia esfaqueado Cícero, tendo “Porto Velho” desferido outra facada no tórax e pisado no pescoço de Cícero, uma vez que ele ainda estava com vida.
Em seguida o trio deixou o local bastante revirado levando os itens roubados. “Porto Velho” disse ter concordado em participar do crime, pois tinha uma dívida de drogas com W.L.S.G. e que a dívida seria quitada caso ele concluísse a morte de Cícero, tendo ele confessado ainda que pisou no pescoço de Cícero até que ele perdesse a consciência, ficando convencido de ter acabado com sua vida.
Indagado sobre o terceiro elemento envolvido no crime, “Porto Velho” disse não o conhecer.
Da redação do Rondônia em Pauta