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Indígenas limpam base abandonada da Funai em RO na esperança que ela seja reativada para evitar invasões

Base de fiscalização está localizada na Terra Indígena Karipuna, uma das mais ameaçadas por desmatamento na Amazônia Legal. Local foi depredado há anos e suspeitos nunca foram identificados.

Indígenas da etnia Uru-Eu-Wau-Wau e agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) realizaram um mutirão de limpeza durante esta semana em uma base de fiscalização que está destruída e abandonada há mais de cinco anos no território Karipuna, em Rondônia.

A ação de limpeza aconteceu depois que a Associação Jupaú cobrou da Funai a reabertura da unidade. Isso porque, segundo os indígenas, a TI Karipuna, onde a base está localizada, têm sido grande alvo de invasões e desmatamento.

“Nós queremos a retomada para coibir a invasão. Queremos que a Funai continue fazendo esse monitoramento do nosso território, para não acabar, porque do jeito que está vai diminuir nosso território”, apontou Djuripe Uru-Eu-Wau-Wau, presidente da associação.

Ainda segundo Djuripe, próximo à base da Funai que está desativada, existem cemitérios onde estão enterradas pessoas da comunidade. Uma área que é alvo de invasores.

Anos de abandono

Em 2019 o g1 foi até o posto de fiscalização da TI Karipuna e encontrou o local totalmente destruído e abandonado. Imagens mostraram o teto e paredes queimadas, janelas quebradas e muito mato ao redor (veja abaixo).

Parte interna do prédio queimada; responsáveis não foram identificados — Foto: Fábio Tito/G1
Estrutura construída para fiscalização foi destruída; paredes estão queimadas e vidros quebrados — Foto: Fábio Tito/ G1

Na época a TI era a mais ameaçada por queimadas no Brasil, ou seja, tinha o maior número de focos ao redor de seu território.

Os ataques no posto da Funai começaram no mesmo ano em que o prédio foi inaugurado, com o furto do gerador de energia. A depredação foi denunciada no Ministério Público Federal. Até este ano os suspeitos da ação não foram identificados.

O imóvel, que deveria ajudar a evitar ataques criminosos, foi construído com verba de uma hidrelétrica como ação de compensação ambiental. Entregue em 2016, custou R$ 750 mil, mas quase não foi usado. Os Karipunas e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) dizem que fiscais chegaram a trabalhar nos primeiros meses daquele ano no posto. Mas os recursos secaram e o prédio ficou abandonado.

Ameaças e desmatamento na TI Karipuna

De acordo com dados divulgados na última sexta-feira (17) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a TI Karipuna é uma das 10 mais desmatadas da Amazônia Legal, em maio deste ano. Outra TI de Rondônia também faz parte do ranking: a Igarapé Ribeirão.

A área da TI Karipuna é de aproximadamente 150 mil hectares e se distribui pelos municípios de Nova Mamoré (RO) e Porto Velho, conforme dados do Instituto Socioambiental (ISA). O Instituto aponta também que a TI vive em risco potencial de exploração de recursos como caça, pesca e madeira.

Por Fábio Diniz, Rede Amazônica e g1 RO





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