A Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Vilhena, no início da manhã desta quinta-feira (30), cumpriu em trabalho conjunto com a Polícia Civil (PC), um mandado de Busca e Apreensão em uma residência localizada na Av. Tancredo Neves.
A ação foi desencadeada em virtude da Força Tarefa entre Polícia Civil de Goiás (PCGO) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), que deflagrou a Operação Zayn, que desarticula uma organização criminosa que atuava em oito estados.
Integrantes da Polícia Rodoviária Federal e da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas lideraram os levantamentos, que individualizaram as condutas, identificaram bens e patrimônios da organização criminosa e coletaram evidências.
Após cerca de um ano de investigações e levantamentos de inteligência policial, foi identificada organização criminosa responsável por dezenas de crimes cometidos em vários estados, tais como:
- Roubos e furtos de cargas;
- Roubo dos veículos de carga;
- Roubo com emprego de arma de fogo;
- Cárcere privado;
- Uso de documento falso;
- Falsidade ideológica;
- Adulteração de veículos automotores;
- Receptação qualificada;
- Furto mediante fraude;
- Organização criminosa e
- Lavagem de capitais.
Hoje foram executados, 44 mandados judiciais de busca e apreensão para pessoas físicas e jurídicas, bem como foram expedidos 56 mandados de busca e apreensão para veículos, que estão proibidos de circular.
As medidas cautelares foram executadas em oito estados: Goiás; São Paulo; Tocantins; Rio Grande do Sul, Maranhão, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Este não é o único golpe desferido contra o crime organizado. As outras fases da Operação ZAYN prenderam mais de 40 criminosos, recuperaram quase uma centena de veículos e identificaram dezenas de caminhões e carretas fraudadas. Estima-se que o grupo seja responsável por dezenas de fraudes e roubos em todo o país, com volume de perdas estimado em R$ 100 milhões de reais nos últimos cinco anos.
Prejuízo de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais) ao longo de cinco anos (2017 a 2022)
A organização criminosa migrou recentemente de atuação. Roubos com emprego de violência foram substituídos por fraudes mais sofisticadas, com registros fraudulentos de furtos e roubos a carga em órgãos policiais e junto a seguradoras.
Fraudes e adulterações em veículos roubados continuaram ocorrendo, com modificação dos identificadores veiculares (como chassis e números de motor) e registro ilícito nos Departamentos de Trânsito nos estados, com posterior revenda dos veículos adulterados, muitas vezes para terceiros de boa-fé.
Outra estratégia da organização criminosa era, com uso de caminhões previamente adulterados, ofertar fretes para empresários que, acreditando-se tratar de pessoas honestas, carregavam suas cargas. A organização criminosa, então, simplesmente desviava as cargas, lucrando com o prejuízo da coletividade.
Esses crimes são possíveis pelas ações mais complexas praticadas por criminosos com posição diferenciada nas organizações criminosas, que atuam na receptação e na lavagem de dinheiro. O objetivo da presente fase foi exatamente atacar esse núcleo superior.
Tendo em vista a deflagração da operação, foi utilizado o seguinte quantitativo operacional: 120 Policiais Rodoviários Federais; 50 Policiais Civis, incluindo delegados, escrivães e agentes; 45 Viaturas.
A operação foi intitulada “ZAYN” em referência ao nome de origem árabe, que significa “perfeição”, “graciosidade”. Ilustra-se a percepção que os integrantes da organização criminosa tinham sobre as ações criminosas, que acreditavam serem perfeitas, sem vestígios e impossíveis de serem descobertas pela ação policial – um feliz engano, como demonstra o sucesso da força-tarefa entre PRF e PCGO.
Por Rondônia em Pauta – com informações e material da PRF/Vilhena