Carlos Marino foi atingido com quatro tiros e precisou passar por cirurgia de alto risco, segundo a família. Até o momento, três pessoas foram presas por suspeita de homicídio e tentativa de homicídio.
O jovem que estava no carro quando Juninho Laçador foi morto, no fim de dezembro, saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) esta semana. Carlos Marino foi atingido com vários tiros e precisou passar por cirurgia de alto risco, segundo a família.
Ao g1, os familiares do jovem contaram que ele se recupera bem, mas antes disso, seu estado era muito grave, a ponto de ele ser considerado “um milagre” por ter sobrevivo.
“Teve um momento que ele teve duas paradas cardíacas. Numa das paradas os médicos não estavam conseguindo reanimar ele. O médico falou: ‘a vida do filho de vocês é um milagre’”, relembrou a mãe, Neusa Ramos.
Ainda de acordo com a família, os tiros afetaram o pulmão, o intestino e a bexiga de Carlos. Um deles também atingiu uma artéria na sua perna, causando muito sangramento. Por conta dos ferimentos, o jovem enfrenta dificuldade de mobilidade na perna e em uma das mãos.
“Lugar errado, na hora errada”
A mãe de Carlos contou que ele estava trabalhando no haras há apenas quatro dias, juntamente com Juninho, quando o crime aconteceu. Ela o descreve como um jovem trabalhador e extrovertido, que ama cuidar dos cavalos e participar de provas de laço.
“Eles [Carlos e Juninho] eram amigos, companheiros que eles laçavam juntos, faziam treinos juntos, faziam provas juntos. Os dois era tudo juntos”, revelou a irmã de Carlos.
As duas vítimas estavam dentro do carro, em frente ao haras, quando foram atacadas a tiros. Onze disparos atingiram Juninho, que morreu no local. Carlos foi baleado pelo menos quatro vezes e precisou ser socorrido em estado grave.
“Quando terminava o trabalho, eles paravam para treinar. Naquele dia foi o que aconteceu, terminou o trabalho e eles começaram a treinar porque ia ter uma prova em Vilhena e eles estavam treinando pra isso”, completa a irmã.
Durante coletiva de imprensa realizada pela Polícia Civil esta semana, os delegados responsáveis pelo caso apontaram que a vítima da tentativa de homicídio ainda não foi ouvida. Eles aguardam que o jovem se recupere bem, antes de ser questionado sobre o que aconteceu.
De acordo com a família, Carlos é acompanhado por psicólogo e está muito abalado.
“Eu podia ter perdido meu filho. Meu filho não tinha nada a ver com o que aconteceu. Ele estava na hora errada, no lugar errado, com a pessoa errada”, relata a mãe.
Por fim, a mulher diz que deseja que a justiça seja feita.
“Eu podia ter perdido meu filho. Não desejo nenhum mal, mas que a justiça seja feita. Não tenho ódio, não tenho raiva, eu só peço que Deus dê o que eles merecem receber”.
Detalhes do caso
Até o momento, três pessoas foram identificadas e presas por suspeita de envolvimento na morte de Juninho Laçador e na tentativa de homicídio contra Carlos. São elas:
- Kaio Cabral da Silva Pinho: suspeito de ser o atirador;
- Felipe Gabriel: apontado como o mandante do crime;
- Ana Clara Marquezini: ex-namorada de Juninho, atual namorada de Felipe e filha do dono do haras onde Juninho e Carlos trabalhavam.
Os três suspeitos tiveram mandados de prisão expedidos e se entregaram à polícia voluntariamente ao longo da semana.
Durante coletiva de imprensa sobre o caso, os delegados responsáveis apontaram que a vítima foi morta durante uma emboscada. De acordo com os delegados, a presença dos suspeitos no local foi descoberta, por exemplo, através de rastros.
As investigações apontam que o suspeito via a vítima como uma ameaça “ao seu desejo de ficar rico com a herança do sogro” e, por este motivo, decidiu matá-lo.
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Por Jaíne Quele Cruz, g1 RO