Réu foi submetido a júri popular por feminicídio, estupro, fraude processual e ocultação de cadáver.
Ronaldo dos Santos Lira começou a ser julgado nesta quinta-feira (19) pela acusação de matar a adolescente Laryssa Victória e enterrar o corpo dela no próprio quintal. O réu foi submetido a júri popular por feminicídio, estupro, fraude processual e ocultação de cadáver.
O júri começou por volta de 8h30 na 1ª Vara Criminal da Comarca de Ji-Paraná. Pelo menos quatro testemunhas de acusação devem ser ouvidas. Não há testemunha de defesa. O júri é composto por sete jurados.
Inicialmente o julgamento deveria acontecer em Ouro Preto do Oeste (RO), onde Laryssa foi morta. No entanto, a defesa do réu pediu desaforamento (mudança de comarca).
O pai de Laryssa foi o primeiro a sentar na cadeira de testemunhas. Muito abalado e chorando, ele contou que descobriu que a filha estava morta por meio de ligação.
“Tá em casa Carlão? Tenho uma má notícia pra te dar, acharam ela. Ela tá morta”.
O delegado responsável pela investigação do caso, Niki Locatelli, também prestou depoimento. Ele contou que a faca utilizada para matar Laryssa foi encontrada no fundo de uma fossa. Os agentes utilizaram um imã em uma corda para conseguir recuperar o objeto.
O delegado também falou sobre a confissão de Ronaldo à polícia e o comportamento do réu.
“Mas a todo tempo, eu tenho que deixar claro, ele tinha consciência da ilicitude. Ele tinha consciência plena, ele falou isso no interrogatório, que sabia que o que estava fazendo era errado. Disse inclusive, que não se arrepende”, relatou.
Um outro agente que participou da investigação foi ouvido em seguida. Depois dele, outra testemunha foi chamada para prestar depoimento e neste momento Ronaldo foi retirado da sala porque a testemunha disse se sentir incomodado com a presença do réu.
Depoimento do réu
Chorando, o réu confessou ter matado Laryssa Victória. Ele disse que se arrepende do que fez e que destruiu a vida da família da vítima.
Ronaldo disse que quando saiu de casa, já planejava matar e que poderia ser qualquer pessoa o alvo. Ele alega que era guiado por um “anjo” durante todo o tempo.
O crime
A morte de Laryssa chocou a população e a família pela crueldade. Ronaldo dos Santos Lira confessou à polícia que matou a adolescente pelo “desejo de matar” que tinha desde a infância.
Ele teria usado a bolsa da própria vítima para tentar um estrangulamento, depois a esfaqueou no pescoço e “assistiu ela sangrar”. O acusado narrou no interrogatório que enquanto Laryssa morria, ele ria de prazer.
Por Juliana Santos e Jaine Quele Cruz, Rede Amazônica e g1 RO