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Porto de Cargas de Porto Velho é paralisado pela 1ª vez na história por causa da seca do Rio Madeira

Operações portuárias serão retomadas assim que as condições de navegabilidade forem restabelecidas.

Porto de cargas de Porto Velho — Foto: Rede Amazônica

As operações no Porto de Porto Velho foram temporariamente paralisadas pela 1ª vez na história, a partir desta segunda-feira (23), por conta da seca extrema do rio Madeira, que atingiu 25 centímetros durante esta madrugada em Porto Velho: o menor nível já observado na história.

Armadores e operadores portuários pararam suas atividades por causa das condições de navegabilidade no Rio Madeira. O porto é administrado pela Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (SOPH). As atividades devem voltar somente quando o nível do rio subir e a navegação for segura.

Com a paralisação, a movimentação de cargas é afetada, sobretudo no trecho entre Rondônia e Amazonas. Pelo rio chegam e saem de Rondônia granéis sólidos (como milho e soja), granéis líquidos (como massa asfáltica e biocombustível), além de cargas gerais, como alimentos, bebidas e veículos.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a hidrovia do rio é uma das mais importantes vias de transporte da região Norte: são mais de 1 mil km² de extensão navegável.

Comboio de 30 barcaças navega o rio Madeira, em Porto Velho — Foto: Reprodução/Amaggi

Na última semana o g1 noticiou que o principal porto de cargas de Porto Velho já operava com redução de 60% no transporte de cargas.

Segundo a SOPH, durante o período de estiagem a movimentação de cargas no porto costuma sofrer uma redução de até 60%. No entanto, nos últimos meses a situação se tornou atípica, até levar à paralisação das atividades.

Em meses normais, o porto movimenta cerca de 200 mil toneladas de mercadorias. Para setembro, a previsão inicial era de 100 mil toneladas, volume que, segundo a administração do Porto, será frustrado por causa da crise hídrica.

Seca rio Madeira 2024 — Foto: Rede Amazônica

Uma das ações adotadas pelo Porto é o suporte técnico a embarcações com dificuldades. A SOPH tem enviado bombas para auxiliar na remoção de água em casos de encalhe.

Para compartilhar dados e buscar soluções para a retomada das atividades portuária, a SOPH monitora a crise hídrica em parceria com Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Marinha e a Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenavega).

Menor nível da história

Na madrugada desta segunda-feira (23), o rio Madeira chegou a um nível nunca observado na história em Porto Velho: 25 centímetros. A imensidão de água desapareceu e no lugar estão montanhas de pedras e bancos de areia que afetam a navegabilidade.

Desde julho, embarcações estão proibidas de navegar no período noturno, por causa da seca. Essa limitação acaba afetando o tempo de transporte de cargas, como as de combustível. Na época, o rio estava com 3,75 metros.

No entanto, desde julho o rio Madeira já desceu mais de 3 metros e navegar se tornou um desafio mesmo à luz do dia. Embarcações encalham na areia ou batem nas pedras espalhadas pelo rio.

Seca do rio Madeira em 2024 — Foto: Edson Gabriel/Rede Amazônica

Por Caio Pereira, g1 RO





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