12 de novembro de 2025 | Email: [email protected] | Telefone: (069) 98160-2636

Investigação do MPRO mira grupo envolvido em extorsões, homicídios, crimes ambientais e lavagem de dinheiro em quatro estados

Gaeco deflagra megaoperação contra organização criminosa que atuava em Nova Mutum Paraná

Policiais envolvidos na operação

O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou, nesta quarta-feira (12), a Operação GODOS, com o objetivo de desarticular uma ampla organização criminosa que atuava na região de Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho. A ação investiga a prática de crimes como extorsão, esbulho possessório violento, crimes ambientais, tortura, furtos, roubos, homicídios, porte ilegal de armas e ameaças contra proprietários e posseiros de terras.

A ofensiva mobilizou mais de 500 agentes públicos e contou com o apoio de diversas instituições, entre elas a Polícia Militar, Polícia Civil, Politec, Corpo de Bombeiros, FTICCO, Sesdec, Sedam, DER, Gaeco-MPMT, e as Polícias Civis do Amazonas e do Pará. As equipes cumprem 50 mandados de prisão temporária e 120 de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho.

As diligências ocorrem simultaneamente em Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará, abrangendo municípios como Porto Velho, Nova Mamoré, Ji-Paraná, Rolim de Moura, Cacoal, Cerejeiras, Buritis, Guajará-Mirim, Candeias do Jamari e outros.

Além das prisões e buscas, a Justiça decretou medidas patrimoniais de sequestro, arresto e bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 2 bilhões, valor que corresponde a danos materiais, ambientais e climáticos causados pela atuação do grupo. O montante torna a GODOS a maior operação já deflagrada no âmbito estadual de Rondônia, considerando o número de investigados, medidas judiciais deferidas e o valor indisponibilizado.

As investigações começaram em setembro de 2022, a partir de denúncia que apontava a existência de um grupo organizado e violento, responsável por uma série de extorsões na zona rural de Porto Velho. Segundo o MPRO, o grupo utilizava armas de fogo, inclusive de uso restrito, para obrigar vítimas a transferirem a posse de terras sob ameaça de morte e destruição de propriedades.

De acordo com o Gaeco, o esquema criminoso também envolvia exploração ilegal de recursos naturais e lavagem de dinheiro, mediante o uso de “laranjas”, empresas de fachada e transações imobiliárias fraudulentas. Até o momento, foi identificada a destruição de aproximadamente 25 mil hectares de floresta, o equivalente a 35 mil campos de futebol.

Levantamento autorizado judicialmente revelou movimentações financeiras superiores a R$ 110 milhões entre 2020 e 2025, em contas ligadas aos investigados.

O MPRO destacou que a operação representa um marco no enfrentamento ao crime organizado em Rondônia e reafirmou seu compromisso com a defesa da ordem jurídica e da sociedade.

Da redação do Rondônia em Pauta





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