Exonerações ocorreram após revelação de que quatro familiares recebiam salários na Câmara dos Deputados, somando mais de R$ 2,1 milhões em remunerações.

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, exonerou nesta sexta-feira (7) sua companheira, uma cunhada e dois concunhados do gabinete parlamentar na Câmara dos Deputados. As demissões ocorreram um dia após a divulgação de questionamentos sobre o uso do gabinete como “cabide de empregos familiar”. Segundo informações confirmadas pelo próprio gabinete, as exonerações ainda não foram publicadas no boletim administrativo da Casa.
De acordo com levantamento da coluna Tácio Lorran, mais de R$ 2,1 milhões foram pagos aos familiares do deputado desde o início das nomeações. Apenas a companheira do parlamentar, Elizabeth Dias de Oliveira, recebeu cerca de R$ 1,2 milhão no período.
Elizabeth, de 32 anos, nascida em Planaltina (GO), está lotada no gabinete desde abril de 2020, antes mesmo da formalização da união estável com o deputado, registrada em cartório em janeiro de 2022. Ao longo dos anos, foi promovida até alcançar o teto da faixa salarial de secretária parlamentar na Câmara, com vencimentos de R$ 18.719,88, além de benefícios. Questionada pela reportagem, Elizabeth declarou que “tem o emprego que quiser”.
A companheira do deputado também levou a irmã, Naara Star de Oliveira Souza Dias, para o gabinete em julho de 2022. Aos 25 anos, Naara acumulou R$ 386,5 mil em remunerações, exercendo um Cargo de Natureza Especial (CNE) — que exige frequência presencial na Câmara — com salário bruto de R$ 8.772,24.
No mesmo mês, a concunhada Gabriela Aparecida de Lima Oliveira também foi nomeada. Inicialmente contratada como secretária parlamentar, com salário de R$ 1.991,91, ela deixou o cargo em outubro de 2022, mas retornou em junho de 2023 com remuneração de R$ 13.437,29, após ser reenquadrada também como CNE — um aumento de 574,5% em relação ao valor anterior.

Na quinta-feira (6), antes das exonerações, Coronel Chrisóstomo afirmou não ver problema nas contratações e negou que houvesse nepotismo nas nomeações.
Da redação do Rondônia em Pauta


