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Artigo: 02 de abril – Dia Mundial da Conscientização do Autismo

“Essa montanha que você carrega nas costas, você só deveria escalar”, outro dia li essa frase e refleti sobre ela.

Eu queria escalar a montanha, eu deveria apenas escalar. Mas com tantos obstáculos, torna-se impossível.

Conseguir o diagnóstico continua sendo uma luta, seja pela falta de atualização dos especialistas ou pela falta deles nas cidades.

Com o diagnóstico em mãos, enfrentamos a escassez de profissionais devidamente qualificados para atuar com abordagens comprovadas pela ciência. Quando há o profissional, esbarra-se na condição financeira ou no número limitado de sessões impostas pelo serviço público e planos de saúde.

Inclusão escolar?

Já é sabido que a inclusão só é possível através do saber especializado, técnico.

E quais escolas estão (realmente) dispostas a qualificar suas equipes escolares em nome da inclusão? Quais estão dispostas a investir um pouco nisso?

Quais professores estão de fato interessados em inclusão? Quais tem a humildade de reconhecer que não estão preparados? Quais estão abertos às mudanças.

Inclusão de verdade não é fácil. Não é só colocar dentro da escola. Não é deixar a atividade mais fácil. Não é montar um PEI por obrigação, por pressão dos pais. Não é só mandar para sala de AEE uma vez na semana.

É avaliar através de protocolos, é ter dados concretos sobre o aluno, é ter objetivo, criar estratégias, materiais estruturados, é interesse, é compromisso com o aprendizado da criança, e o mais importante, é fazer com que o aluno aprenda.

Vou contar algo particular, meus filhos não conseguem acompanhar o ensino remoto, assim como a maioria dos alunos no TEA, por isso contamos com a ajuda de uma auxiliar pedagógica, e agora de uma psicopedagoga, especialista em autismo, para prestar assistência na adaptação dos conteúdos. Ou seja, há um esforço enorme acontecendo, financeiro e emocional, para que eles tenham, pelo menos, a chance de aprender.

Mas infelizmente, nem todos os alunos têm essa oportunidade.

Sinto que para algumas pessoas (peças importantes do processo de inclusão), tanto faz… Não há interesse em fazer diferente.

E é esse o peso que carregamos e que arrebenta conosco, que cansa, que desmotiva… O peso da desinformação, do desinteresse, da falta de empatia e responsabilidade.

Karina Andrade





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