Adquiridos com recursos específicos para o combate à pandemia, remédios estão avaliados em quase R$ 1 milhão, mas durarão poucos dias
A Prefeitura de Vilhena recebeu recentemente ampolas de rocurônio, vital na sedação de pacientes com covid-19 que precisam ser intubados. Usado em grande quantidade, o remédio permite que os pacientes sejam tratados em pronação (posição na qual o enfermo fica de bruços na cama, o que facilita a recuperação). O carregamento, avaliado em mais de R$ 960 mil, deve ser suficiente para atender a pacientes da UTI por cerca de 30 dias e teve ajuda da cooperativa de crédito Sicoob Credisul no transporte rápido dos itens até Vilhena.
“Para garantir estoque de maior prazo já estamos com mais compras em andamento, no entanto, a escassez do medicamento em todo o país está dificultando muito a aquisição, com muitas de nossas licitações fracassando por falta do produto. Neste cenário, a ajuda da cooperativa de crédito Sicoob Credisul foi fundamental para que a carga chegasse a Vilhena. Eles deslocaram avião para buscar com agilidade o medicamento (visto que alguns pacientes precisavam com urgência) e ajudaram em todo o processo, oferecendo apoio em cada etapa”, explica o prefeito Eduardo Japonês, que acompanhou o descarregamento do lote na CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico) da Prefeitura de Vilhena.
Siclinda Raasch, enfermeira e secretária municipal de Saúde, garante que as parcerias com entidades, como a Sicoob, são essenciais para o combate à pandemia. “A gestão séria, focada em resultados positivos que resolvam impasses presentes na administração pública há décadas traz para perto da Prefeitura diversas instituições que vêem na credibilidade do Executivo municipal uma garantia para que possam se envolver em ações com as secretarias municipais em prol da comunidade”, assegura.
De acordo com Clair Cunha, diretor do Hospital Regional de Vilhena, rocurônio é apenas um dos cerca de 20 medicamentos que um paciente pode fazer uso ao necessitar de um leito de UTI por causa da covid-19. “Para conter a infecção pulmonar podemos usar analgésicos, sedativos, antiinflamatórios, anticoagulantes e antibióticos que não combatem o vírus, mas ajudam a aliviar os sintomas da doença. Nenhum deles representa a cura, já que o vírus continua a se multiplicar. Mas, com alguns dias a mais de capacidade pulmonar, o paciente pode ter o tempo necessário para se recuperar. É uma luta árdua que envolve muito investimento em remédios, profissionais de saúde, equipamentos e atenção especializada”, revela.
Clair conta também que todos os insumos usados para combate à pandemia estão com os preços inflados desde o início do ano passado. O rocurônio, por exemplo, teve de ser adquirido pela Prefeitura com preço 150% maior do que em tempos normais. No entanto, em outros municípios e estados essa variação pode ser bem maior.
Semcom