Rennilson, que liderava a TDR após romper com o PCC, teria ordenado o assassinato para afirmar o domínio da facção no bairro onde Lorenzo morava.

Foi condenado a 22 anos de reclusão, nesta segunda-feira (14), Rennilson Pereira da Silva, conhecido como “Vudu”, apontado como líder da facção criminosa TDR em Vilhena. Ele foi julgado e sentenciado pelo assassinato de Lorenzo Toledo de Arruda, de 22 anos, morto a tiros em dezembro de 2023 na porta da própria casa.
O réu enfrentou o Tribunal do Júri por homicídio duplamente qualificado — motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima — além de integrar organização criminosa. O crime teria sido motivado por uma dívida de drogas e ocorreu em meio à disputa territorial entre facções rivais na cidade.
A condenação foi resultado direto da incansável atuação da mãe da vítima, a professora Alecçandra de Arruda, que desde o assassinato do filho reuniu provas, depoimentos e compartilhou informações cruciais com a polícia.
Execução planejada
No dia 22 de dezembro de 2023, Lorenzo foi atraído até a porta de casa após receber uma ligação de um conhecido. Sem saber, estava sendo conduzido para uma emboscada. Ao sair, foi alvejado com quatro tiros à queima-roupa.
O responsável pela ligação, um jovem de 18 anos que depois procurou Alecçandra para relatar o que aconteceu, contou que foi manipulado por Vudu para atrair Lorenzo até o local do crime. O rapaz, que depois colaborou com a polícia, morreu meses depois de um ataque cardíaco, após ter deixado a cidade por medo de represálias.
A investigação revelou que Lorenzo havia ficado com uma dívida de mais de R$ 4 mil com o tráfico, após uma carga de entorpecentes ser apreendida com um terceiro. A execução teria servido como “exemplo” da TDR para quem estivesse devendo à facção.
Guerra entre facções
O caso revelou a escalada da violência provocada pela disputa entre o PCC e a TDR em Vilhena. Rennilson, que liderava a TDR após romper com o PCC, teria ordenado o assassinato para afirmar o domínio da facção no bairro onde Lorenzo morava.
Preso desde então, Vudu chegou a pedir para não ser colocado em cela com integrantes do PCC, temendo represálias. Agora, ele cumprirá pena em regime fechado, condenado por homicídio qualificado e por integrar organização criminosa.
Por Rondônia em Pauta