O 5G, quinta geração de tecnologia da rede de internet móvel, surge para responder algumas das principais demandas de uma sociedade hiperconectada que o 4G já tinha dificuldades em suprir, como o aumento da capacidade de armazenamento, a melhoria da taxa de dados, o aumento da qualidade dos serviços e a diminuição da latência.
A história da transmissão de dados por redes sem fio remonta a década de 1980, quando o primeiro sistema inventado, conhecido por primeira geração (1G), transmitia cerca de 2.4 kbps de dados apenas de vozes analógicas. O 2G dos anos 1990 introduziu a conversão de dados para digital e transmitia cerca de 64 kbps; em seguida, o 2.5G chegou a 144kbps.
A terceira geração (3G) revolucionou o início dos anos 2000 e introduziu transmissões de 2Mbps, aliando alta velocidade ao serviço baseado no protocolo de Internet (IP). O 4G não mudou os protocolos da geração anterior, mas levou a quantidade de dados transmitidos a um novo patamar, entre 4Mbs a 5Mbs. Além disso, suas mais recentes gerações trabalham em limites de 33Mbps, com a indústria querendo alcançar 100Mbps. Isto possibilitou e popularizou aplicações de grande fluxo de dados como streaming, games e vídeo.
O 5G surge como uma revolução que pretende consolidar a sociedade como realmente hiperconectada, com uma infinidade de aparelhos sempre disponíveis e conectados à rede. A infraestrutura usada para possibilitar essa geração é nova tanto na questão das antenas como nos aparelhos e chips que se conectarão. O objetivo principal não é apenas aumentar a velocidade de download (há redes em teste chegando a 20Gbs), mas, principalmente, para dar conta de um cenário que se aproxima, no qual bilhões de dispositivos precisarão estar conectados à rede.
Mesmo não sendo o objetivo principal, os ganhos em velocidade são significativos: na tecnologia 4G atual, um aparelho demora em média 54 milissegundos (ms) para processar um download de 1 Gigabyte; no 5G, esta latência fica entre 1 e 2 ms. Na prática, isto pode significar ao usuário uma velocidade 20x maior para aplicações.
Os tempos de apenas um dispositivo móvel por habitante estão ficando para trás e, com a Internet das Coisas (IoT), milhões de aparelhos estão requisitando se conectar à internet para controlar as mais diversas tarefas do dia a dia como carros autônomos, drones, casas inteligentes, transações bancárias e outras constantes evoluções tecnológicas que necessitam da rede para otimizar seu funcionamento.
A quinta geração da internet móvel funciona, como as anteriores, com ondas de rádio. A diferença é que, por meio da tecnologia baseada em OFDM (Orthogonal frequency-division multiplexing), ocorre um método digital de modulação do sinal através de diferentes faixas de frequência. Isto diminui as interferências e o tráfego, e pode levar a internet a lugares muito mais remotos, uma vez que não precisa de cabeamento, apenas de antenas para refletir o sinal.
O 5G já é realidade em países como China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Uruguai e outros. A perspectiva é que a tecnologia fique disponível no Brasil em meados de 2022 – a Motorola, inclusive, é parceira dessa inovação no país –, depois que o Ministério das Comunicações e a Anatel concluírem o leilão das faixas de frequências usadas pela rede.
Pensando nisso, que tal conhecer cinco hábitos dos brasileiros que vão sumir assim que o 5G estiver disponível no país?
1. Dificuldade de fiscalizar áreas remotas
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a comunicação sempre foi um desafio. A internet 5G chega como promessa para revolucionar a indústria das telecomunicações e para unir os lugares de mais difícil acesso. As próprias características do tipo de onda empregada na rede 5G torna mais acessível a construção de módulos de antenas de telefonia menores, próximos ao chão, propagando as chamadas “ondas milimétricas” do 5G entre um número bem maior de transmissores e receptores. Isso permitirá a cobertura ampliada e conectará lugares onde a transmissão de cabos de fibra ótica não é uma opção viável. Outra solução para áreas isoladas são a propagação das ondas pelos drones 5G.
A democratização da informação trazida pela 5G não vem apenas pela própria rede, mas o leilão das faixas de frequência do 5G do Ministério da Comunicação e da Anatel exige que as empresas vencedoras aumentem a cobertura de redes 3G e 4G, e que façam serviços iguais em diferentes regiões do país.
2. Filas enormes em triagens médicas
A pandemia de Covid-19 escancarou o tamanho do problema que o Sistema Único de Saúde (SUS) e os sistemas privados podem enfrentar em um futuro de demandas crescentes. Neste cenário, a Telemedicina ganhou espaço e mostrou que as consultas remotas servem não apenas para realizar atendimentos em regiões inacessíveis, mas também para diminuir grandes filas de triagens médicas e atendimentos de baixa complexidade.
A tecnologia 5G não é condição para o funcionamento das teleconsultas, mas seus benefícios trazem melhorias para o sistema, como maior velocidade de conexão, chamadas muito mais estáveis, melhora de qualidade do som e da imagem, e facilidade de download e upload de arquivos como receitas médicas, exames e laudos.
3. Congestionamentos (smart traffic)
Nessa perspectiva de milhões de aparelhos se conectando em espaços menores (no caso das grandes cidades), é preciso dar uma resposta aos congestionamentos da rede (smart traffic). A capacidade do 4G era de 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado, por isso, em situações como shows ou áreas urbanas muito densas, é normal uma dificuldade de conexão. No 5G, isso não será mais um problema, já que a rede deve operar com uma capacidade de 1 milhão de dispositivos no mesmo quilômetro quadrado.
4. Perdas e danos em culturas de alimentos
Apesar da importância do agronegócio na economia brasileira, estima-se que a internet ainda não está presente em mais de 70% das propriedades rurais, assim, um dos primeiros benefícios que o 5G trará às áreas rurais do país é a democratização e estabilidade da internet. Com a Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), cada vez mais surgem máquinas e aparelhos conectados à rede desenvolvendo as funções mais diversas, e isso pode revolucionar o campo.
Os drones, por exemplo, já são um equipamento amplamente utilizado pelo agronegócio brasileiro e, com o desenvolvimento do 5G, eles poderão armazenar dados, fotos e instruções cada vez mais específicas para identificar os problemas em plantações. Robôs e máquinas automatizadas que desempenham funções de colheita, plantio e coleta de dados para analisar quais herbicidas devem ser usados também começam a ser uma realidade. Na Inglaterra, alguns criadores de vacas já instalaram colares 5G que transmitem dados sobre a alimentação e o sono dos animais.
Quando essas expectativas forem difundidas, viveremos uma era de otimização da cultura de alimentos e a expectativa é uma redução drástica nas perdas.
5. Problemas em videoconferências e transmissão de eventos.
A internet 5G é projetada para ser muito mais rápida que a 4G. Testes estão sendo feitos com um pico de transmissão de dados em 20Gbps, mas estima-se que a média para o consumidor será de 100Mbps. Os benefícios para transmissões de vídeo e eventos, porém, não ficam apenas na conta da velocidade, mas também no fato de que o 5G tem uma Qualidade de Experiência (QoE) muito melhor. Isto se deve à inteligência dos sistemas em evitar interferências e tráfegos, o que faz com que seja virtualmente impossível que a internet ‘caia’ ou fique lenta. Assim nada mais daquelas situações chatas de ter uma reunião ou uma ‘call’ travadas na hora mais importante.
É importante notar que muitos aparelhos ainda não são aptos a operar com a tecnologia 5G, portanto, quando esta estiver disponível, pode ser que você precise trocar de celular. A Motorola, marca parceira no incentivo da introdução da tecnologia 5G no Brasil, foi uma das primeiras a disponibilizar aparelhos que podem atuar no 5G.
A linha moto g 5G, com o moto g 5g plus, motorola edge e moto G100 5G, e os smartphones da família motorola edge 20 – motorola edge 20 pro, motorola edge 20 lite e motorola edge 20 – são compatíveis com o 5G. Estes aparelhos funcionam normalmente nas redes 4G, 5G DSS (que o mercado tem considerado uma rede 4,5G) e, futuramente, na rede 5G, assim que ela estiver disponível.
Thiago Fabrício de Mello Elias
via nexperts – tecmundo