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Em meio a calor e fumaça na cidade, Raquel Donadon revela Plano de Governo “verde” para redução da temperatura urbana

“Esquecidos, o plantio de árvores, a criação de parques e a coleta seletiva precisam voltar”, assegura a professora federal.

Vilhena se tornou uma Ilha de Calor. O “apelido” não é exagero ou alarmismo, mas sim, definição técnica de meteorologistas. É este o fenômeno que acontece em cidades onde a zona urbana é muito mais quente que as áreas vizinhas mais arborizadas, como a zona rural, por exemplo. Em meio à elevação extraordinária da temperatura na cidade, que há muitos anos tinha orgulho em ser chamada de “Cidade Clima da Amazônia”, Raquel Donadon revelou nesta terça-feira propostas de seu Plano de Governo que estão relacionadas ao Meio Ambiente e à zeladoria urbana que impactam diretamente na temperatura da cidade.

“Nas gestões que estive na Prefeitura, lembro bem, e quem é adulto hoje também lembra: a cidade era muito mais fresca, as praças tinham mais árvores, os canteiros eram mais arborizados e não passávamos calor à noite. Sabemos que o planeta inteiro está aquecendo, mas a temperatura da zona urbana de Vilhena é responsabilidade nossa. E a Prefeitura precisa ter papel decisivo nisso, dar o exemplo”, conta Raquel.

Além disso, muitos incêndios espontâneos, como os registrados nos últimos dias, podem ser originados pelo crescimento de vegetação em lotes vazios e descarte de lixo (papel, vidro ou madeira) de forma irregular. “Há uma lei para combater incêndios e despejo de lixo na zona urbana. Ela está sendo aplicada? Há fiscalização? Com a palavra, a população”, reflete Raquel Donadon.

A professora federal enfatiza que em seu Plano de Governo há 12 propostas principais para o Meio Ambiente, que se desdobrarão em outras mais. Boa parte delas colaborará para reduzir a temperatura do município. No planejamento está previsto o plantio em grande escala de árvores em praças, parques, canteiros, órgãos públicos, matas ciliares, playgrounds, escolas e áreas verdes em geral, visto que esta é uma atividade que, há muitos anos, permanece esquecida no município. Com mais sombra na cidade, mais árvores liberando vapor d’água no ar através da evapotranspiração e mais filtragem de gases poluentes, o resfriamento do ar e da sensação térmica são consequências diretas.

“Fiz projetos de plantio com alunos em 2017, em minha última gestão. Envolver as mais de 10 mil crianças das escolas municipais fará dessa iniciativa a maior já vista. Porém, hoje, com a falta de água que há hoje em muitos bairros, ninguém tem vontade de plantar árvores ou grama. Sem roteiros ecológicos turísticos no município, poucos vão admirar os recursos naturais. Sem a criação de novos parques, como o Parque Ecológico que criamos próximo ao Ifro, a cidade não terá áreas verdes para resfriar sua temperatura. Nesse quesito ambiental, infelizmente, teremos muito trabalho a desenvolver. O importante é que sabemos como resolver”, comenta Donadon.

Uma das intenções é conectar efetivamente o Parque Ecológico à Casa de Rondon e à praça atualmente abandonada perto do museu, criando uma grande área verde de interesse para a comunidade. Moradora há 50 anos de Vilhena, ela defende ainda a construção de uma Central de Reciclagem de Resíduos, que, em parceria com cooperativas de catadores, e com a reativação da Coleta Seletiva (hoje abandonada), receberá resíduos de toda a cidade coletados pela Prefeitura, após a limpeza de terrenos baldios por todos os bairros por meio de uma grande força-tarefa contínua, aplicando a lei municipal para a retirada de vegetação e entulhos.

Texto e fotos: Assessoria / Arquivo pessoal





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