Pesquisas e dados gerados pela Universidade subsidiaram políticas públicas e ações de enfrentamento
Durante o período pandêmico, que transformou profundamente o cotidiano das pessoas e ceifou mais de 6,5 milhões de vidas em todo o planeta (sendo mais de 700 mil no Brasil e 7.433 em Rondônia), diversos professores, pesquisadores, grupos de pesquisa e grupos de trabalho, instituídos no âmbito da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), realizaram estudos, pesquisas, ações, levantamentos e atendimentos voltados à prevenção e combate ao coronavírus.
Entre essas ações estão os boletins sobre o comportamento da pandemia que foram produzidos e divulgados periodicamente pelos professores pesquisadores Dr. Tomás Daniel Menendez Rodriguez, Dra. Ana Lúcia Escobar e Dr. José Juliano Cedaro. Os estudos embasaram a tomada de decisões na UNIR, para condução das ações institucionais durante a pandemia, e também recomendava as condutas mais adequadas aos poderes públicos municipais e estaduais de Rondônia.
No artigo mais recente, intitulado “Três anos de Covid-19 em Rondônia: Resumo e Análises”, os professores Tomás Menendez, Ana Lúcia Escobar e Juliano Cedaro apresentam uma revisão estatística e análise do comportamento da pandemia em Rondônia. O estudo destaca que o início da vacinação, aliada a outras medidas de vigilância, reduziu radicalmente o número de óbitos por Covid, evidenciando que o processo de vacinação cumpriu com seu objetivo de diminuir o número de mortes decorrentes da doença, com consequente diminuição das internações hospitalares e dos casos graves, ainda que o número de infecções se intensificasse posteriormente.
“O início do processo de vacinação contra a Covid-19 em Rondônia, no começo de 2021, com intensificação da complementação do esquema vacinal e aplicação das doses de reforço […], foi paulatinamente diminuindo o número de óbitos/mês no Estado, mesmo que a quantidade de casos tivesse aumentos consideráveis em alguns meses. Observa-se nitidamente a capacidade da vacina para reduzir a quantidade de óbitos e não como mecanismo para evitar a infecção”, afirmam os autores do estudo.
Contudo, os pesquisadores alertam que mesmo a diminuição do número de casos e de óbitos nos últimos meses não significa o fim da pandemia. Por isso, ainda existe necessidade de continuar com as campanhas de vacinação e adoção de medidas protetivas, sobretudo em momentos de surtos de doenças respiratórias e com cuidado maior para as pessoas mais vulneráveis aos efeitos da Covid. “A pandemia, portanto, não acabará por um simples decreto. Tal condição depende de estudos epidemiológicos adequados para definir quando a Covid-19 poderá ser categorizada como uma doença endêmica, como ocorre com a dengue ou a malária, por exemplo, que podem recrudescer e apresentar surtos epidêmicos de tempos em tempos”, reiteram os professores no artigo.
Os autores concluem que o desafio para acabar com a pandemia continua sendo ampliar a cobertura vacinal em Rondônia, no Brasil e no mundo. Para isso, além de manter as campanhas informativas, é necessário “cuidar da contrainformação para combater as mensagens negativas e inverídicas sobre os imunizantes, bem como tomar medidas efetivas para garantir melhor acesso da população aos locais de vacinação, com horários alternativos e com oferta de campanhas em outros espaços para além das unidades de saúde, como escolas, shoppings, rodoviárias, tal qual foi feito nos momentos mais críticos da pandemia”.
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Fotos: Arquivo UNIR