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Inquérito é concluído e empresário que atirou em jovem que fazia ‘cavalo de pau’ é indiciado por homicídio doloso em RO

Camila Barros Dias, de 20 anos, morreu ao ser baleada em Ji-Paraná — Foto: Facebook/Reprodução

Camila Barros tinha 20 anos e foi atingida com um tiro no tórax em Ji-Paraná. Confira os principais pontos da investigação.

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de Camila Barros Dias e indiciou o empresário suspeito de cometer o crime por homicídio doloso qualificado. A jovem foi baleada enquanto estava dentro de uma caminhonete que fazia a manobra conhecida como ‘cavalo de pau’ em um depósito de areia de Ji-Paraná (RO).

O suspeito foi preso em flagrante no dia seguinte ao crime, 27 de janeiro, após confessar ter atirado contra o veículo onde Camila estava. De acordo com a polícia, o suspeito é atirador profissional há anos e possui um clube de tiro na cidade.

O empresário alegou à polícia que agiu em legítima defesa, pois achou que sua propriedade estava sendo invadida. Segundo ele, algumas pessoas suspeitas vinham frequentando seu clube de tiros e em certa ocasião ele foi “seguido”. Ele também contou que a caminhonete estava arremessando pedregulhos contra a parede de sua casa.

De acordo com o inquérito, o empresário deu a entender que resolveu atirar contra o veículo por achar que ele tinha alguma ligação com as “pessoas suspeitas”, mas alegou que não tinha intenção de matar ninguém.

Inicialmente o caso estava sendo tratado como homicídio simples. No entanto, após a conclusão do inquérito, o empresário foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e com recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.

Principais pontos da investigação

A decisão do delegado Luís Carlos Hora em indiciar o suspeito por homicídio doloso, levou em consideração os seguintes pontos:

  • O suspeito é atirador profissional há anos e portanto é habituado com disparos por armas de fogo;
  • Apesar do homem alegar que a caminhonete estava arremessando pedregulhos contra a parede de sua casa, a perícia informou que o alarme de proximidade que ele tem em casa não disparou na noite do crime;
  • As pessoas que estavam no carro com Camila, entre elas um adolescente, relataram que vários disparos foram efetuados, sendo que pelo menos sete atingiram a lataria do carro e um atravessou e atingiu o tórax da vítima. De acordo com o delegado, a quantidade de tiros é um indicativo “muito forte” sobre o desejo de matar;
  • O projétil retirado do corpo de Camila indicou que o tiro foi disparado de cima para baixo, confirmando a teoria de que o suspeito estava na sacada de casa quando atirou várias vezes contra o veículo em fuga que não representava perigo algum contra ele;
  • A vítima não teve qualquer chance de defesa, visto que foi atingida pelas costas enquanto fugia.

De acordo com o delegado, esses fatores indicam que a reação do empresário por causa de manobras de “cavalo de pau” próximo à sua residência foi “muito desproporcional e extremamente violenta”.

A respeito da ação que Camila e os amigos cometeram, ao praticarem a manobra de “cavalo de pau”, o delegado apontou que o caso não pode ser considerado violação de domicílio ou propriedade, pois no local não há muros ou cercas.

“A vítima Camila e seus amigos praticaram conduta reprovável quando efetuaram os cavalos de pau, mas não praticaram crime nem contravenção penal”, comentou.

g1 tenta localizar a defesa do suspeito citado.

Por Victoria Ferreira e Jaíne Quele Cruz, Rede Amazônica e g1 RO




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