A Operação Trilha de Algodão, deflagrada pela Polícia Federal na tarde da quinta-feira (15), investiga grupo criminoso especializado em tráfico interestadual de drogas e lavagem de capitais, que atua nos estados do Mato Grosso e Rondônia.
O Rondônia em Pauta entrevistou um dos advogados responsáveis pelo caso. O Dr. Cristian Sega respondeu algumas perguntas em relação a um dos envolvidos, de iniciais I.F.R.C. de 26 anos, que foi preso em Vilhena durante a operação.
Qual a profissão do acusado?
“É autônomo, trabalhando com compra e venda de veículos usados”.
Quando questionado sobre os bens apreendidos (veículos e eletrodomésticos) respondeu:
“Os veículos apreendidos possuem débitos com terceiros, todos foram adquiridos e negociados de forma lícita e todos os envolvidos com as negociações são pessoas de boa-fé. No que se refere aos eletrodomésticos, os mesmos foram adquiridos em lojas de móveis, e todos possuem carnês de pagamento aberto”.
Quando as informações veiculadas na cidade e em alguns jornais de que o veículo teria colidido durante tentativa de fuga do suspeito?
As informações não procedem! O veículo havia sido negociado com um terceiro de boa-fé, e o mesmo, na noite anterior às prisões, enquanto se deslocava até a igreja, acabou se envolvendo em um acidente em decorrência de uma motocicleta que invadiu a preferencial. O motorista da BMW em nada tem relação com os mandados de prisões ocorrido.
Que outras informações poderia repassar ao jornal?
“Informou que até o presente momento, os advogados do escritório ainda não conseguiram se habilitar nos autos, nem mesmo outra advogada do Mato Grosso que tentou se habilitar. Até segunda-feira, caso não consigam realizar a devida representação ao acusado, estarão oficiando à OAB da subseção e se deslocando à comarca, objetivando deter o cerceamento da defesa do acusado”.
O advogado em questão, está atuando ao lado dos advogados Handerson Simões e Cicero Assunção, com escritório localizado na comarca de Vilhena.
A Operação
As investigações se iniciaram após a apreensão de 675 kg de cloridrato de cocaína na cidade de Rondonópolis/MT, no dia 23 de outubro de 2022, numa atuação conjunta da PF e PRF local. Pelos trabalhos conjuntos das duas forças, foi possível identificar o modus operandi do grupo criminoso, que ocultava no interior de carretas-bitrem, que transportavam caroço de algodão, expressivas quantidades de cloridrato de cocaína que tinham como destino o estado de São Paulo.
Em menos de dois anos, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal interceptaram quase duas toneladas de cocaína ligadas ao grupo, tendo sido identificados mais de R$ 5 milhões em patrimônio durante a apuração dos fatos.
Apura-se, ainda, a estratégia de lavagem de dinheiro montada pelo grupo criminoso, que parece se utilizar de tabacarias no estado de Mato Grosso para movimentar valores ilícitos recebidos pelos carregamentos de droga.
O grupo ostentava nas redes sociais uma vida de luxo, exibindo veículos e motos importadas, fruto da prática criminosa.
Foram cumpridos 4 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Rondonópolis – nas cidades de Sapezal-MT, Campos de Júlio-MT e Vilhena-RO. Foram alvos da operação as cidades Campos Júlio/MT, Sapezal/MT e Vilhena/MT. A deflagração contou com o apoio de 42 policiais federais.
Da redação do Rondônia em Pauta