quinta-feira, 19 setembro, 2024
Quinta-feira, 19 de setembro de 2024 - E-mail: [email protected] - WhatsApp (69) 9 9929-6909





Maioridade em Vilhena; artigo do professor Ivanor Luiz Guarnieri

Quando você conversar com alguém observe duas coisas: 1- o assunto; 2- o modo como o assunto é falado.

Capital humano[dropcap]O[/dropcap] ditado já antigo de que pessoas inteligentes falam sobre ideias e as demais sobre cosias outras pessoas é um indicativo para aquilatar a qualidade da conversa. Mas é preciso ir, além disso, e, para tanto, uma dica é: “pense que você é um investidor e tendo muito dinheiro precisa decidir onde aplicá-lo”.

Por mais bobo, ninguém irá querer colocar seu dinheiro em um lugar onde não possa dar bons resultados. A economia da região é como a terra, se for boa a semente pecuniária produzirá frutos, aumentando a riqueza do investidor. A terra pode ser analisada quanto à qualidade de nutrientes, como o potássio, por exemplo, capazes de tornar vigorosa a planta. A economia também, só que por outros indicativos, a começar pela qualidade dos agentes.

Os agentes econômicos tomados num sentido amplo podem ser os óbvios, ou seja, os donos do capital, mas também os que interagem com as empresas. Neste caso, também os funcionários e clientes. São eles que irrigam com seu trabalho e suas iniciativas o solo da economia da região. Clientes se se mostram entendedores podem esconder a profunda ignorância acerca do que adquirem e tornar um problema. Ao comprar errado por desconhecer as próprias necessidades, põem a culpa no vendedor, na loja, em Deus e o mundo, mas jamais em si mesmos e em sua falta de Esclarecimento.

Os funcionários ou empregados são também fator de risco para o investidor. Como não existe banco capaz de financiar o fornecimento de pessoas preparadas para executar as tarefas, as empresas costumam fazer pesquisas sobre o capital humano da região, procurando saber se os que ali moram são capazes de entender o ramo de atividade e os produtos a serem comercializados. Não basta produzir mercadorias, é necessário vendê-las e isso esbarra em outro aspecto do humano: a vontade que as pessoas possam ter em Esclarecer-se acerca do que estão fazendo e o entusiasmo em realizar aquilo para o que foram contratados.

Estar Esclarecido das coisas não é um estado fixo, ou melhor, não se alcança o Esclarecimento e tudo está resolvido. Em verdade quase nunca se está Esclarecido, mas antes num processo de Esclarecimento. Não se é Esclarecido mas se Esclarecendo a todo instante sobre si e sobre o mundo.

Como afirma o filósofo Immanuel Kant no século XVIII, o Esclarecimento é a MAIORIDADE do homem.

Agora, tomando este artigo de trás para frente, chegue até o primeiro parágrafo, no qual é solicitado que ao “conversar com alguém observe duas coisas: 1- o assunto; 2- o modo como o assunto é falado”, por aí, quem sabe, se possam ter as primeiras impressões de uma possível resposta ao fato de os investidores preferirem os Estados Unidos ao Brasil, e mesmo outras regiões do Brasil do que aplicar seus recursos aqui. Embora também haja alguns que façam o contrário, nos escolhendo por acreditar em nossa possível MAIORIDADE.

Em vista disso, o cuidado com o Capital Humano é imprescindível se Rondônia e Vilhena quiserem sair do atoleiro. Por enquanto há professores fazendo trabalho de secretária, e estamos longe, muito longe do desenvolvimento das potencialidades que nosso povo possuem, mas estão adormecidas.

Ivanor-ArtigosContinuo acreditando em Vilhena, e Rondônia e em seu ensino superior, só com menos esperanças, o que é uma pena. A Universidade que deveria puxar o desenvolvimento é, em muitos aspectos, apenas um reflexo da sociedade que depende dela para progredir. Ao invés de ciclo virtuoso fica-se apenas num ciclo vicioso, repetindo a mesmice. Continuamos na menoridade.

Se alguém disser o que disse aqui será convidado a retirar-se, por isso fica apenas a sugestão da análise e antes de fazer como o mau cliente que põe a culpa em todos, mas não quer ver a causa das coisas, analise a si mesmo. Nunca dantes o dito socrático “Conhece-te a ti mesmo” foi tão necessário nessas terras de Meu Deus, sedenta de ideias, mesmo que contrariem a média do imaginário coletivo local.

[print-me]




Mais notícias






Veja também

Pular para a barra de ferramentas