Além da insegurança alimentar, menores de idade também enfrentam falta de banheiro e moradia precária
Neste 12 de outubro, Dia das Crianças, cerca de 18,8 milhões de meninos e meninas até 14 anos passarão fome. O levantamento da Fundação Abrinq aponta que dessas, pelo menos 9 milhões vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita mensal de no máximo R$ 275.
Além disso, elas vivem nas ruas ou em barracos, em sua maioria, em espaços sem banheiros e com mais de três moradores para cada dormitório ou domicílio.
Os dados são da pesquisa Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil, elaborado pela Fundação Abrinq, que tem como base a pesquisa Pnad/Covid, do IBGE.
Muitas famílias precisaram cortar as despesas de itens considerados essenciais, como a alimentação, por conta da queda da renda mensal.
Já as crianças que tinham a merenda servida na escola como a única refeição do dia sofreram com o fechamento das unidades de ensino. Esses fatores foram os principais impulsionadores do aumento da vulnerabilidade no país.
Carência de alimentos atinge gestantes
O panorama da Fundação também mostra que a carência de alimentos atinge até as gestantes. Sem nutrição adequada, a mulher pode desenvolver uma gestação de alto risco, o que aumenta a chance de parto prematuro.
Na primeira metade da gravidez, a falta de alimentos pode aumentar as anomalias no sistema nervoso central do bebê, assim como o risco de doenças associadas à saúde mental.
Já na segunda metade da gravidez, há chance de baixo peso ao nascer e aumento da incidência de diabetes, doenças respiratórias e cardiovasculares do bebê quando adulto.