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Médicos da UPA e Regional estão há 75 dias sem receber da Prefeitura, afirma empresa terceirizada

Nota da empresa revela falta de pagamento e possível desassistência a partir de julho

Venceu, nesta quinta-feira (15), o contrato da empresa terceirizada Medicando, que é responsável pelos médicos da UPA 24h e também do centro obstétrico e ginecológico do Hospital Regional de Vilhena, em vigor há quase dois anos. Contudo, médicos da empresa estão há mais de dois meses sem receber da Prefeitura, inadimplente com a empresa. As informações são de nota da empresa enviada ao site Folha do Sul e foram confirmadas no Portal da Transparência da Prefeitura pelo Rondônia em Pauta.

Portal da Transparência mostra que os pagamentos foram somente referentes até março de 2023

Em mais uma demonstração de que realmente não quer mais a Medicando, que trabalha desde abril sem receber, Flori Junior, prefeito de Vilhena, optou pela não renovação do contrato com a empresa e passa, a partir da meia noite da quinta-feira (15), a administração de mais estes dois setores vitais para a Saúde local para as mãos da Santa Casa de Misericórdia de Chavantes.

Segundo nota da Medicando enviada à imprensa, a empresa “presta serviços como terceirizada à Prefeitura com médicos na UPA 24h e no Hospital Regional de Vilhena (ginecologia e obstetrícia) desde maio de 2021, por ser vencedora de processo licitatório onde ofertamos valor quase 50% menor que a 2ª colocada e que desde então este valor não foi corrigido, aumentado e nem reequilibrado, embora a inflação acumulada no período seja de aproximadamente 16%”.

Enviada pela Secretaria Municipal de Comunicação à imprensa, uma pesquisa encomendada por assessor da Santa Casa de Chavantes trouxe no início desta semana dados que a Medicando usa agora a seu favor. “Quanto à qualidade dos serviços, pesquisa de instituto renomado garante que 73,1% dos vilhenenses ‘acha que a prefeitura acertou em terceirizar os principais serviços de saúde como a UPA’ e que ‘a maioria dos participantes (76,1%) afirmou que o atendimento na UPA melhorou um pouco ou bastante depois da terceirização’. A pesquisa destaca ainda que essa melhora percebida pela população foi maior na UPA do que no Hospital Regional de Vilhena, após a terceirização”, diz a nota da Medicando.

O texto de “esclarecimento”, intitulado como “restabelecimento da verdade”, lembra ainda que a administração da UPA e também da ginecologia e obstetrícia do Hospital Regional estão em vias de ficarem em desassistência, já que a Justiça suspendeu licitação de R$ 100 milhões que visava contratar empresa para gerir estes setores, tendo em vista o fim do contrato da Medicando. A nota destaca ainda que o contrato com a Santa Casa de Chavantes encerra em julho e que não pode ser renovado, conforme o art. 24, inciso IV, da lei federal n° 8.666/93, que diz ser vedada a prorrogação de contratos feitos em emergências, como é o caso de Vilhena.

Citando diversas investigações contra a organização filantrópica Chavantes, que tem contrato de R$ 55 milhões por seis meses e concorreu na licitação de R$ 100 milhões por 12 meses, o documento informa ainda que “antes que a Prefeitura consiga realizar nova licitação para cobrir os serviços da Medicando, vencerá também o contrato improrrogável da Santa Casa de Chavantes, o que fará descoberto ambos os setores importantes”.

A empresa diz ainda que tem atualmente 69 médicos em Vilhena, para que a empresa consiga disponibilizar, sem falta, 4 médicos durante o dia e 3 durante a noite para a UPA, mais 2 durante o dia e 2 durante a noite na ginecologia e obstetrícia.

Pedidos de aumento de médicos foram negados, segue a empresa. “Os últimos 35 dias foram marcados por reiterados ofícios enviados à Prefeitura, que não tiveram nenhuma resposta. Neles estava manifestado o interesse na prorrogação do contrato, sem solicitação de reajuste qualquer ou aumento no valor. Também foram ignorados os pedidos de um terceiro médico na ginecologia e obstetrícia, feito após emergências simultâneas demonstrarem a necessidade de aumento da equipe médica especialista. Tais solicitações foram feitas no ano passado e também neste ano, sem resposta, apesar do sofrimento das mães e seus bebês”, diz a nota.

A informação mais grave vem no fim da nota. “Adicione a esta falta de comunicação básica o atraso no pagamento à Medicando, que não recebeu até o presente momento pelos serviços prestados em abril, maio e junho. De boa fé, a empresa continuou prestando seus serviços normalmente, sem prejuízo algum à população, ainda que esteja há 75 dias sem receber“, asseguram.

O texto conclui suas considerações explicando que a Prefeitura impôs “percalços e dificuldades” mas que no “último ano a empresa realizou 1.706 partos, sendo 918 partos normais e 888 partos cesáreos, mais de 144.000 atendimentos realizados na UPA, com transferência, em média, de 26 pacientes em estado crítico por mês, por via terrestre ou aérea. O resultado é a aprovação dos serviços da empresa pela esmagadora maioria da população, como diz a pesquisa citada”.

Por Rondônia em Pauta




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