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Tribunal do júri condena Kaio e Fellype pelo homicídio de Juninho Laçador, em Vilhena

Penas somadas chegam a 48 anos de prisão

Chapéu que pertencia a Juninho Laçador estava na sessão do Tribunal do Júri

A sessão do Tribunal do Júri no Fórum de Vilhena se estendeu durante toda a sexta-feira, teve início às 8h30, foi até o final da noite e ainda chegou aos primeiros minutos da madrugada do sábado.

Fórum de Vilhena

Fellype Gabriel Campos da Silva e Kaio Cabral da Silva Pinho, acusados pelo homicídio de Carlos Pedro Garcia dos Santos Júnior, conhecido como “Juninho Laçador”, e pela tentativa de homicídio de Carlos Mendes foram condenados a penas que somadas chegam a 48 anos de prisão.

Kaio Cabral da Silva Pinho

Kaio, que executou o crime, foi condenado a 25 anos de prisão, ele foi absolvido da acusação de ocultação de arma de fogo.

Fellype Gabriel Campos da Silva tinha 20 anos no dia do crime

Fellype, um dos mentores do homicídio pegou a pena de 23 anos de prisão. Ele acabou sendo absolvido da acusação de tentativa de homicídio contra Carlos Marino.

A família de Juninho Laçador foi colocada na frente do Tribunal do Júri antes de realizar a votação.

O Tribunal do Júri de Ana Clara Messias Marquezini, outra acusada no caso, foi adiado. O advogado dela apresentou atestado médico e não pôde estar presente. Em justificativa, ele disse que estava impossibilitado de exercer suas atividades durante 15 dias, a contar do dia 28/11/2024, justamente na véspera do julgamento.

O crime

Segundo a Polícia Civil as investigações concluíram que Ana Clara Messias Marquezini, que na época tinha 18 anos, planejou e instigou o homicídio de Carlos Pedro Garcia dos Santos Júnior, conhecido como “Juninho Laçador”, que resultou também na tentativa de homicídio de Carlos Mendes.

Ana e Juninho teriam terminado o longo namoro e após quatro meses, Juninho iniciou um novo relacionamento com uma jovem de Chupinguaia e era visto feliz, segundo relatos de testemunhas. Ana estava namorando Fellype Gabriel Campos da Silva, que na época tinha 20 anos.

Juninho Laçador foi morto na saída do Haras Marquezini

Porém, em meados de novembro de 2022, Ana tentou reatar o namoro com Juninho, ao ser rejeitada ela não aceitou o ‘não’ e foi motivada por um sentimento de repulsa, produto da rejeição. Foi quando começaram a aparecer os indícios de que o crime poderia acontecer.

Aos poucos ela foi instigando e desafiando Fellype e Kaio Cabral da Silva Pinho, que na época tinha 18 anos, para cometer o crime. Ela conseguiu o feito no dia do crime, 29 de dezembro de 2022.

Nesse dia, mais cedo, os três chegaram a entrar no haras e Kaio recebeu uma camiseta manga longa que Ana buscou na casa do avô para encobrir as tatuagens.

Fellype ajudou Ana porque ele não queria que ela manchasse as mão de sangue e Kaio teve a coragem dele colocada em cheque por Ana e puxou o gatilho por amizade com Fellype.

Kaio ficou amoitado em uma mata no meio das duas possíveis saídas, que foram fechadas para forçar a parada deles. Após matar Juninho, ele correu e se encontrou com Fellype. Ambos correram muito até chegar no local onde Ana os esperava na caminhonete. Após saber do homicídio, ela percebeu que o que tinha feito não era um conto de fadas.

A arma do crime foi jogada numa lagoa próximo ao pesqueiro do Roque. O Corpo de Bombeiros e a perícia mergulharam no lamaçal e fizeram uso de detector de metais, mas não encontraram a arma que havia sido furtada no dia 18 de novembro desse ano.

A perícia trabalhou toda a noite e no dia seguinte sem descansar, coletaram pegadas dos pneus da caminhonete e dos tênis que ajudaram a desvendar o crime. Havia muitas pegadas no mato, mas uma era da caminhonete usada e outra era dos tênis usados por Fellype, e que foi encontrado dentro do seu quarto.

Carlos Marino ficou ferido na emboscada

Carlos Marino foi atingido com vários tiros e precisou passar por cirurgia de alto risco. Os tiros afetaram o pulmão, o intestino e a bexiga de Carlos. Um deles também atingiu uma artéria na sua perna, causando muito sangramento.

“No lugar errado, na hora errada”

Carlos estava trabalhando no haras há apenas quatro dias, juntamente com Juninho, quando o crime aconteceu. Ele amava cuidar dos cavalos e participar de provas de laço.

Carlos e Juninho eram amigos, companheiros. Ambos laçavam juntos, faziam treinos juntos e faziam provas juntos.

As duas vítimas estavam dentro do carro, em frente ao haras, quando foram atacadas a tiros. Onze disparos atingiram Juninho, que morreu no local. Carlos foi baleado pelo menos quatro vezes.

Próximos passos

A nova data para o júri de Ana Marquezini ainda será definida. Tendo em vista que a pauta dos júris de 2024 findou, a justiça deve aguardar a reabertura da pauta de sessões de julgamento perante o Tribunal do Júri em 3 de fevereiro de 2025. O caso continua a chamar atenção por sua brutalidade e os complexos sentimentos de rejeição e vingança que o motivaram.

Por Rondônia em Pauta





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